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Coronavírus

Em meio às incertezas no exterior, Bolsa encerra estável e dólar fecha em alta, a R$ 5,13

B3 perdeu o fôlego visto no pregão anterior, mas ainda se manteve nos 93 mil pontos, na sua 5ª alta consecutiva; moeda também foi influenciada pelo cenário instável

4 jun 2020 - 09h20
(atualizado às 19h29)
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Apesar do clima positivo no mercado financeiro local nesta quinta-feira, 4, a incerteza das Bolsas de Nova York segurou os ganhos da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, que avançou apenas 0,89%, aos 93.828,61 pontos, em sua quinta alta seguida. O dólar também foi pressionado e voltou a subir, fechando com alta de 0,81%, cotado a R$ 5,1311.

No Brasil, a agenda econômica esvaziada deixou os negócios ainda mais sensíveis ao vaivém externo. Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio da última semana ficaram em 1,877 milhão, na nona queda seguida, mas o número segue acima da média pré-pandemia. Já na Europa, uma nova estimativa aponta para uma queda superior a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro.

Além da reabertura de algumas das maiores economias do mundo, também animou o mercado local, a recente captação do Tesouro Nacional no exterior, que somou US$ 3,5 bilhões. Para o governo, o número mostra que o investidor estrangeiro ainda se interessa pelo País.

Com a volatilidade no mercado americano, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, perdeu o fôlego visto na última sessão, mas ainda fechou em seu maior nível desde 6 de março e na quinta alta seguida, algo que não acontecia desde dezembro de 2019. Na máxima do dia, a Bolsa bateu rapidamente nos 94.132,30 pontos, mas logo recuou aos 93 mil pontos, onde permaneceu estável. Agora, a B3 acumula ganho de 7,35% na semana, mas ainda cai 18,87% no ano.

Entre as maiores altas, estão as ações dos bancos, com Santander ganhando 19,37% e Bradesco 12,93%. Também subiram Minerva, com 7,31% e JBS, com 4,22%.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar à vista chegou a bater em R$ 5,1423 na máxima do dia. Apesar de estar longe do recorde nominal, quando não se desconta a inflação, de R$ 5,97, a moeda operou longe da mínima de 5,0171 da sessão da última quarta-feira, 3, quando fechou a R$ 5,0901.

No ano, a moeda americana ainda acumula valorização superior a 27% frente ao real. O dólar para junho também fechou com alta de 1,06%, a R$ 5,1255.

Nesta quinta, o dólar operou em queda frente a divisas fortes como euro e libra, mas subiu frente a outros mercados emergentes, como México, Colômbia e Chile. O Credit Default Swap (CDS), que mede o risco-País do Brasil, também subiu a 227 na sessão de hoje, após bater em 220 na quarta.

Também pressionou o câmbio, a fala do diretor de Política Econômica do Banco Central, que indicou cortes entre 0,50 e 0,75 ponto percentual para a taxa Selic.

Cenário internacional

Nos Estados Unidos, ficou no radar a possível nova declaração de Donald Trump contra a China. A conta oficial do Departamento de Estado americano publicou uma suposta frase do presidente, de que "os Estados Unidos querem uma relação aberta e construtiva com a China, mas alcançar essa relação exige de nós a defesa vigorosa de nossos interesses". Antes disso, o governo americano decidiu barrar os voos comerciais chineses a partir do dia 16 de junho.

Ainda nos EUA, os pedidos de recuperação judicial cresceram 48% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 724 novas solicitações no mês passado, alta de 30% em relação a abril.

Já a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, estimou uma inesperada queda de 8,7% no PIB da zona do euro. Antes da previsão negativa, o BCE anunciou um aumento de 600 bilhões de euros em seu programa de compra de ativos, em um total de 1,35 trilhão de euros. Com o cenário misto, o índice Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,72%.

Petróleo

A commodity fechou em alta nesta quinta, mesmo com os relatos de possíveis desentendimentos entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), a Rússia e a Arábia Saudita, sobre possíveis cortes na produção de barris. Um novo acordo seria anunciado na reunião que antes estava prevista para hoje, mas que foi adiada para o próximo dia 17.

Foi apenas no final da sessão, que os contratos de petróleo conseguiram registrar ganhos. O WTI para julho, referência no mercado americano, fechou em alta de 0,32%, a US$ 37,41 o barril. O Brent para agosto, referência no mercado europeu, subiu 0,50%, a US$ 39,99 o barril.

Bolsas do exterior

A Ásia ainda não refletiu nesta quinta as incertezas do exterior. O japonês Nikkei subiu 0,36%, enquanto o Hang Seng avançou 0,17% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi se valorizou 0,19% e o Taiex registrou ganho de 0,65% em Taiwan. Na China continental os mercados ficaram sem direção única, com o Shenzhen Composto subindo 0,28% e o Xangai Composto caindo 0,14%. Na Oceania, o S&P/ASX avançou 0,84%.

Já as perdas foram sentidas na Europa. A Bolsa de Londres caiu 0,64% e a de Paris perdeu 0,21%. A Bolsa de Frankfurt recuou 0,45% e a de Milão cedeu 0,04%. Em Madri e Lisboa, as perdas foram de 0,78% e 0,33%, respectivamente.

Nova York também foi pressionada pelas incertezas das economias globaise os índices fecharam sem direção única. O Nasdaq caiu 0,69%, o Dow Jones subiu0,05% e o S&P 500 recuou 0,34%./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

Estadão
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