Covid-19 impõe nova tragédia na região serrana do Rio
Doença avança em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, deixa muitas vítimas e lembra enchente e deslizamento de terra de janeiro de 2011
Nove anos atrás, os municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, na região serrana do Rio, tiveram áreas extensas devastadas por uma tempestade que causou enchentes e deslizamento de terra. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas e mais de 900 morreram com a tragédia nessas três cidades. Agora, com a covid-19, já são mais de 2 mil acometidos pela doença e pelo menos 125 mortos nessas localidades.
Esses números já vêm sendo alardeados pelos seus moradores como a expressão de uma nova tragédia. Pior: os casos de infectados pela doença vêm crescendo na região com velocidade, com a interiorização do coronavírus. Só nas últimas três semanas, esse aumento foi de 214%.
“Estamos todos impactados. Aqui em Teresópolis não há uma pessoa que não conheça alguém daqui, um parente, um vizinho, que já tenha morrido pela covid-19”, disse ao Terra Dina Tavares, dona de uma lanchonete no centro daquela cidade. “Com certeza, vivemos uma situação dramática de novo.” Com o estabelecimento fechado, ela se mantém em quarentena em casa. Teresópolis tinha 35 óbitos registrados, até a manhã desta sexta-feira, de covid-19.
Em Petrópolis, as mortes em decorrência da ação do coronavírus são mais acentuadas: 52, segundo último levantamento da prefeitura. Todos os dias, às 18 horas, os sinos das igrejas da cidade tocam em homenagem aos que vão entrando para a lista de vítimas locais da covid-19.
Em Nova Friburgo, o cenário não é muito diferente. Lá, morreram 23 pessoas em razão da doença, há outras dezenas de casos sob investigação e a propagação da covid-19 disparou desde a segunda quinzena de maio.
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