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Coronavírus

Controle de casos de covid-19 por QR code é aposta em Pequim, conta editora brasileira

'As ruas estão cheias, o comércio aberto', diz Denise Melo sobre rotina na China

2 mai 2021 - 22h01
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Denise Melo, Pequim, China

Cidade sitiada contra a covid-19

"Aqui já está praticamente tudo normal. Já há muitos meses não tem casos na cidade. Um dos motivos é porque a cidade está fechada. Nenhum voo de outro país chega aqui. Não tem casos importados. Os casos importados que precisam fazer quarentena são em outras cidades. E como aqui não tem casos, as ruas estão cheias, comércio aberto. As pessoas ainda usam máscaras na rua. Todo lugar tem álcool em gel."

A editora Denise Melo, de 36 anos, mora em Pequim. 
A editora Denise Melo, de 36 anos, mora em Pequim.
Foto: Reprodução/TV Estadão / Estadão

Mapeamento por QR code

"Para facilitar o controle todo na cidade e no País, tem um código QR para que, em todo lugar que você for, escanear esse código. Nele há todos os seus dados de saúde. Se fez exames, se tomou vacina. Eu, por exemplo, já tomei a vacina. Eu tenho 36 anos. Já foram todas as idades de chineses, e estão vacinando os estrangeiros. Eles vacinaram mais os idosos e o pessoal da linha de frente. Não é que haja pressa para tomar a vacina porque não tem casos. No caso dos estrangeiros, são muito visados (as pessoas não sabem de onde você veio). Para facilitar a nossa vida, é mais fácil tomar a vacina."

Organização na pandemia

"Na cidade, há vários métodos. Na China, funcionam muito em comunidades. Cada bairro tem várias comunidades. Eles vão ligando para as pessoas e avisando que tem de tomar a vacina. Aconteceu comigo. No meu caso, fiz pela empresa. Preferi porque eu não falo muito bem a língua e poderia conversar no caso de acontecer alguma coisa comigo por causa da vacina. A empresa agendou tudo."

Retomada econômica

"Eu vivo aqui há três anos, trabalho como editora numa agência de notícias. Sobre a economia, a China cresceu muito rápido. É impressionante. Mas é preciso lembrar que no começo de 2020, a China inteira virou um deserto. A gente não saiu na rua nem pra espirrar As pessoas aqui respeitaram aqueles primeiros três meses. Isso foi fundamental para eles controlarem a situação. E, assim que abriu, em termos econômicos, eles começaram a reformar tudo, nas ruas, para aquecer a economia. O desempregado da loja que fechou, foi reconstruir calçada. A economia aqui é muito versátil. Eles conseguem colocar as pessoas trabalhando em outras áreas para fazer a economia girar."

Bônus contra a crise

"E teve bastante ajuda do governo. Não como ocorreu no Brasil, mas como aqui é tudo pelo celular, eles davam bônus para os chineses poderem comprar comida. Houve um apoio muito grande. Eu não tive problema, não houve corte de salário, porque eu posso fazer home office. Mas as pessoas que tiveram que trabalhar, tiveram jornada reduzida, sim. E depois, para reaquecer a economia, eles ganharam bônus para viagens para outras cidades. Como hospedagem gratuita, descontos de 50% na passagem de trem. Isso, para reaquecer a economia das regiões pelo turismo interno."

Distanciamento e imunização

"Olha, eu realmente não sei da necessidade das pessoas no Brasil, mas o que eu queria dizer era que se você tem condições de respeitar o lockdown, não sair de casa, talvez em três meses diminua um pouco a contaminação. É preciso também estudar as vacinas. O que está acontecendo muito é que as pessoas tomam a primeira dose e já saem fazendo festa e não é assim que funciona. Tem de esperar a segunda dose porque você ainda pode passar a doença. A minha segunda dose será daqui uma semana, uma semana e meia."

Estadão
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