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Coronavírus

Contaminação de Queiroga afeta agenda de chanceler e diplomatas em NY

Carlos França cancelou uma reunião que teria na manhã desta quarta-feira, 22, com a delegação da Índia; encontro com colombianos foi adiado por decisão do outro lado

22 set 2021 - 20h42
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NOVA YORK - A confirmação de que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está com covid-19 gerou uma reação em cadeia em Nova York que afetou os trabalhos da diplomacia brasileira e deixou em alerta as delegações estrangeiras. O dano não foi maior graças à vacinação de grande parte das comitivas presentes na cidade americana para a semana da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O Centro de Controle de Doenças (CDC) não exige isolamento após contato com um infectado, no caso de pessoas vacinadas (com esquema vacinal completo). Também no caso dos imunizados, o CDC limita os cuidados apenas àqueles que tiveram "contato próximo" com a pessoa doente. Isso fez com que, por exemplo, o chanceler Carlos França alterasse apenas parte de sua agenda nos EUA.

França cancelou uma reunião que teria na manhã desta quarta-feira, 22, com a delegação da Índia. Ele também teria um encontro com colombianos, que foi adiado por decisão do outro lado. Os encontros adiados aconteceriam no período da manhã, enquanto ele ainda aguardava o resultado de um teste PCR para saber se estava contaminado ou não. À tarde, diante do resultado que indicou que ele não está com covid, ele voltou a circular e fazer reuniões. Se o ministro não estivesse vacinado, teria que obedecer um protocolo diferente.

O escritório do Brasil junto à ONU precisou fechar na noite de terça-feira e deixar apenas funções essenciais com trabalho presencial. A avaliação na missão brasileira, no entanto, é de que os que estão vacinados conseguirão voltar ao trabalho presencial mais rapidamente. Segundo o CDC, pessoas que tiveram contato próximo com alguém contaminado e que estão vacinadas não precisam fazer isolamento se tiverem resultado negativo de teste de covid.

Na manhã da quarta-feira, houve uma corrida entre diplomatas, jornalistas e outros assessores que acompanharam a comitiva presidencial em Nova York para realizar testes de covid-19.

As delegações dos 192 Estados-membros da ONU foram inicialmente comunicadas em um grupo de WhatsApp sobre a situação de Queiroga. Há um chat com os embaixadores que representam todos os Estados-membros da organização. Toda delegação informa, por ali, se há algum caso de covid para que os demais comecem a traçar o rastro do contágio. O aviso foi feito pelo embaixador do Brasil junto à ONU, Ronaldo Costa Filho.

Também entre estrangeiros, foi corrente a avaliação de que as vacinas limitaram o estrago que o contágio de um integrante poderia ter causado. No mesmo hotel onde Queiroga está hospedado, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, não demonstrou preocupação ao ser alertado sobre a situação, mesmo após contato com o chanceler brasileiro, Carlos França. Ele está vacinado com duas doses do imunizante da Pfizer.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, foi questionada sobre o protocolo que seria adotado para o presidente americano, Joe Biden, após a notícia de que Queiroga estava doente. Isso porque o ministro participou de uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que, por sua vez, se reuniu com Biden. Psaki afirmou que nenhum protocolo diferente seria adotado para Biden, que é testado regularmente, já que ele não teve contato próximo com o infectado. Não há informação até o momento sobre a situação de Boris Johnson. Ele está vacinado com duas doses do imunizante da AstraZeneca.

Estadão
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