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Coronavírus

Complexo da Maré faz mutirão para doar 200 refeições por dia

Grupo de 30 mulheres trabalha para a Organização Redes da Maré e prepara quentinhas que são distribuídas para os mais vulneráveis

2 abr 2020 - 16h35
(atualizado em 3/4/2020 às 16h44)
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Vista aérea do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro/RJ
Vista aérea do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro/RJ
Foto: AFP/Getty / BBC News Brasil

Um grupo de 30 mulheres do Complexo da Maré, região que agrupa 16 favelas na zona norte do Rio, tem colocado literalmente a mão na massa nos últimos dias para abrandar a situação de dezenas de pessoas que vivem nas ruas da comunidade - cada vez mais dependentes de doações para se alimentar, notadamente a partir da proliferação do novo coronavírus ao Brasil. Diariamente, essas mulheres, vinculadas à organização não governamental Redes de Desenvolvimento da Maré, passaram a preparar 200 quentinhas para serem servidas na hora do almoço.

A pandemia da covid-19 impôs uma mudança na rotina de quem vive no local. Essas 30 cozinheiras, e suas ajudantes, integram um projeto chamado Maré de Sabores, iniciativa que lhes permite ter uma renda com eventos gastronômicos que costumam se repetir várias vezes por mês na Maré. Com a propagação da doença no Rio, no entanto, esse trabalho foi suspenso.

Para não deixá-las à míngua, a Redes da Maré decidiu contratá-las temporariamente para cuidar das quentinhas oferecidas aos moradores dali em situação de rua, incluindo um contingente de dezenas de viciados em bebida alcoólica e em drogas pesadas.

“Para não ficarem sem nenhum recurso, nós conseguimos acertar uma ajuda de custo para esse grupo. Isso se deu também graças a doações que recebemos”, disse Eliana Sousa Silva ao Terra. Fundadora da Redes da Maré, ela viveu muitos anos no local e hoje é doutora em Segurança Pública pela PUC-RJ e professora-visitante no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.

O Complexo da Maré tem uma população de cerca de 140 mil habitantes e é o berço da vereadora Marielle Franco, do PSOL, assassinada em 2018, numa emboscada até hoje não esclarecida. Foi lá que a ativista dos direitos humanos nasceu.

De acordo com a Redes da Maré, há seis mil famílias naquele conjunto de favelas em condições muito vulneráveis, o que representaria um número de 13.800 pessoas. Elas estão cadastradas, prioritariamente, para receber cestas básicas. Com o advento da covid-19, muitos moradores se afastaram de suas atividades e estão com as prateleiras vazias. Quem quiser ajudá-los com doações de alimentos, água mineral, produtos de higiene pessoal e de limpeza pode telefonar para 21 99907-3154. Os que optarem por fazer um depósito, podem seguir as informações abaixo.

Dados bancários para a doação: Associação Redes de Desenvolvimento da Maré - CNPJ: 08.934.089/0001-75.

Banco do Brasil - 001 - Agência: 0576-2, Conta Corrente: 160.568-2. Para doações internacionais: Código IBAN: BR15 0000 0000 0057 6000 1605 682C 1 Código Swift: BRASBRRJRJO.

Banco Itaú S/A - 341 - Agência: 0023, Conta Corrente: 543.38-2. Para doações internacionais: Código IBAN: BR83 6070 1190 0002 3000 0543 382C 1 Código Swift: ITAUBRSP.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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