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Coronavírus

Mercados internacionais fecham em alta com estímulos fiscais vindos dos EUA

Contudo, tensões entre Washington e Pequim reforçam ainda mais a visão de que os conflitos entre as duas maiores potências do mundo está longe de acabar

10 ago 2020 - 07h10
(atualizado às 18h25)
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As Bolsas da Ásia, Europa e Nova York fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira, 10, após os Estados Unidos começarem a implementar, via decreto, algumas das principais medidas de estímulo. A esse cenário também se soma um dado positivo vindo da economia chinesa. Contudo, acontecimentos recentes indicam que a escalada da tensão entre EUA-China ainda está longe de acabar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, aproveitou o fim de semana para assinar decretos que estedem estímulos econômicos no país americanos, após republicanos e democratas fracassarem em negociações para o lançamento de um novo pacote fiscal de US$ 1 trilhão em resposta aos efeitos da pandemia. A notícia animou os investidores e favoreceu o mercado internacional.

Tensões entre Washington e Pequim também continuam no radar, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitir decretos executivos na última quinta-feira, 6, que pretendem banir os aplicativos chineses TikTok e WeChat nos EUA a partir de meados de setembro.

Já nesta segunda, o governo chinês prendeu Jimmy Lai, editor do Apple Daily de Hong Kong, com base na lei de segurança nacional. O jornal é conhecido por ser anti-Pequim. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que a ação é uma ofensa à liberdade.

Bolsas da Ásia

Na China, dados oficiais mostraram que a taxa anual de deflação ao produtor do país desacelerou de 3% em junho para 2,4% em julho, ficando abaixo da previsão de analistas, de 2,6%. O indicador sinaliza que o gigante asiático se mantém na trajetória de recuperação, após sofrer o violento choque da pandemia de covid-19. Já a inflação anual ao consumidor chinês ganhou força no mesmo período, de 2,5% para 2,7%, como se previa.

Com isso, os índices chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto fecharam com ganho de 0,75% e 0,21%. Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi subiu 1,48% e o Taiex avançou 0,51% em Taiwan. A Bolsa japonesa não operou hoje devido a um feriado nacional e o índice de Hong Kong foi no caminho oposto, encerrando com queda de 0,63%. Na Oceania, a Bolsa australiana avançou 1,76%.

Bolsas da Europa

O mercado europeu também colocou em segundo plano as desavenças entre as duas maiores potências para focar apenas nos estímulos liberados nos EUA - a notícia fez o Stoxx 600 subir a 0,30%. A Bolsa de Londres ganhou 0,31%, a de Paris avançou 0,41% e a de Frankfurt teve alta de 0,10%. Já Milão, Madri e Lisboa subiram 0,69%, 1,49% e 0,67% cada.

Bolsas de Nova York

As Bolsas de Nova York ficaram sem sentido único nesta segunda, de olho no aumento das tensões entre EUA-China e refletindo o impasse em torno dos aplicativos chineses. Dow Jones teve alta de 1,30% e S&P 500 subiu 0,27%. O Nasdaq, porém, recuou 0,39%, após a queda de 1,99% da Microsoft com as incertezas em torno da compra do Tik Tok. Já as do Twitter subiram 0,81%, de olho no interesse da rede social em adquirir o aplicativo chinês.

Petróleo e ouro

O petróleo, principal commodity energética, foi impulsionada nesta segunda pela declaração da maior petroleira do mundo, a Saudi Aramco, de que há sinais de recuperação da demanda. Além disso, também dão suporte às cotações, os estímulos fiscais criados por decreto Trump. Com isso, o WTI para setembro, referência no mercado americano, fechou com alta de 1,74%, a US$ 41,94 o barril, já o Brent para outubro, referência no mercado europeu, teve alta de 1,32%, a US$ 44,99 o barril.

Já a tensão entre ambas as potências impulsionou a onça-troy do ouro para dezembro, que fechou a US$ 2.039,70, uma alta de 0,58%, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Apesar de não ter batido um novo recorde, a sessão desta segunda foi mais uma na qual o metal precioso operou acima do patamar de US$ 2 mil./ COLABOROU MAIARA SANTIAGO

Estadão
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