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Coronavírus

Bolsa cai pelo 5º mês, em dia marcado pelo Fed e Ômicron, mas PEC dos Precatórios limita perdas

Investidores acompanham o impacto da variante Ômicron do coronavírus na economia global; presidente do BC americano indicou que 'talvez seja adequado' acelerar o aperto monetário, por causa da escalada da inflação

30 nov 2021 - 15h16
(atualizado às 18h43)
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O presidente do Federal Reserve (BC americano), Jerome Powell, se sobrepôs aos demais eventos monitorados pelo mercado nesta terça-feira, 30, incluindo notícias sobre a variante Ômicron e a aprovação da PEC dos Precatórios na CCJ do Senado.

Isso porque, no momento em que crescem as incertezas sobre o efeito da nova cepa de covid-19 na atividade após o executivo da Moderna dizer que as atuais vacinas podem não dar conta do recado, Powell subiu o tom, no início da tarde, em relação à política monetária. Segundo ele, a inflação persistentemente alta nos EUA é compatível com o fim antecipado do tapering que é a retirada de estímulos.

Ou seja, até ao contrário do que os investidores esperavam, pode haver um corte mais pronunciado dos estímulos à maior economia do mundo no momento em que crescem os riscos e incertezas quanto à atividade. E como isso significa liquidez menor, os investidores buscam alocar os recursos que ainda têm em ativos mais seguros. Resultado: bolsas, moedas emergentes e commodities em queda.

Em Wall Street, os principais índices acionários caíram entre 1,50% e 2%, em meio ao recuo de mais de 5% do petróleo. O Ibovespa não conseguiu escapar dessa espiral negativa e quase perdeu o nível de 100 mil pontos no pior momento do dia. Depois, até recobrou um pouco de terreno, com a PEC dos Precatórios e a possibilidade de votação ainda nesta terça no plenário do Senado. Ainda assim, encerrou com baixa de 0,87%, aos 101.915,45 pontos, levando ao quinto recuo mensal do principal índice à vista de ações, desta vez de 1,53%, ampliando as perdas no ano para 14,37%.

O dólar ante o real chegou a bater em R$ 5,67 após a fala de Powell, mas, assim como a Bolsa, teve o movimento suavizado pela expectativa de que haja fim às incertezas sobre o quadro fiscal de 2022. A moeda americana fechou cotada em R$ 5,6355, em alta de 0,46%, e, no mês, acumulou leve baixa de 0,19%.

Na renda fixa, houve a exceção: os juros futuros também chegaram a disparar após Powell, mas o andamento da questão envolvendo as contas públicas e a variante Ômicron, vista sob o viés desinflacionário pelo mercado, garantiu pequena baixa às taxas curtas e um recuo mais expressivo às longas - acentuado na sessão estendida. Até porque, vale notar, declarações do diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, foram lidas como conservadoras, o que impediu um desempenho mais favorável da ponta curta.

Estadão
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