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Coronavírus

Bolsa cai e fecha aos 98 mil pontos com piora em Nova York; dólar fica a R$ 5,38

Aumento de casos da covid-19 no país americano segurou os ganhos da B3, fez índice cair mais de 1% e perder os 100 mil pontos; moeda também subiu forte

13 jul 2020 - 09h17
(atualizado às 18h21)
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou o pregão desta segunda-feira, 13, na mínima do dia, com queda de 1,33%, aos 98.697,06 pontos, após uma piora do mercado acionário de Nova York, motivada pela segunda onda do novo coronavírus no país americano. O cenário de incertezas também afeta o dólar, que com a ausência de perspectivas positivas para a retomada da economia dos EUA, fechou com valorização de 1,25%, a R$ 5,3885.

Os Estados Unidos seguem atentos ao avanço da covid-19, principalmente depois o Estado da Califórnia, em pleno processo de reabertura, anunciar que vai fechar parte do comércio devido ao avanço da doença. Por lá, 63 mil novos casos da doença foram identificados no último domingo, 12. Além disso, o clima também é tenso à espera da temporada de balanços americanos, que deve retratar o pior momento da pandemia nos caixas das grandes empresas.

Por aqui, o mercado repercute a projeção de queda de 6,10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo divulgado no relatório Focus, do Banco Central, nesta segunda. Também ganha destaque, a vontade do vice-presidente Hamilton Mourão, de discutir a volta de uma nova CPMF - apesar de Bolsonaro ser contra a recriação do imposto.

Pressionado pela queda de Nova York e por um pregão marcado pela perspectiva de realização de lucros, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, não conseguiu manter os 100.857,68 pontos alcançados na máxima do dia e cedeu, primeiro ao patamar dos 99 mil pontos e depois aos 98 mil pontos. Com os resultados de hoje, a B3 acumula ganho de 3,83% em julho, mas ainda cede 14,66% ao ano.

Entre as perdas do pregão, chama a atenção Petrobrás ON e PN com quedas de 0,65% e 1,55%, devido a piora do petróleo no mercado internacional. As ações de bancos também cederam e Santander caiu 2,20%, enquanto Bradesco cedeu 2%.

Câmbio

O dólar também foi afetado pelo aumento de casos do vírus e tornou a fechar em alta, após cair por três pregões seguidos. Um movimento de valorização semelhante também foi observado ante ao peso mexicano e chileno, mas na contramão de moedas de outras economias emergentes. Na máxima do dia, pouco antes de serem encerradas as negociações, o dólar à vista subia 1,29%, a R$ 5,3905. Já o dólar para agosto fechou com valorização de 1,46%, a R$ 5,4065.

Além das preocupações vindas do exterior, as mesas de câmbio também avaliam a questão da política ambiental, principalmente após Mourão dizer que "passou do limite a questão do desmatamento". Vale lembrar que o governo tem sido pressionado por empresários a investir mais em ações de preservação.

Bolsas do exterior

O clima foi misto nos mercados internacionais, com as Bolsas da Ásia e Europa fechando em alta, frente a expectativa positiva de que a temporada de balanços dos EUA venha melhor que o esperado. No mercado de Nova York, porém, o dia foi de profundas quedas, principalmente após a Califórnia anunciar um novo fechamento de estabelecimentos comerciais, para conter a segunda onda de infecções que já abala o Estado.

O tom positivo rendeu frutos para o mercado asiático, com os chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto subindo a 1,77% e 3,48% cada. Enquanto isso, o japonês Nikkei avançou 2,22%, o sul-coreano Kospi se valorizou 1,67%, o Hang Seng teve ganho modesto de 0,17% em Hong Kong e o Taiex registrou alta de 1,14% em Taiwan. Na Oceania, a Bolsa australiana também subiu e fechou com ganho de 0,98% em Sydney.

A Europa também teve um dia de ganhos, impulsionada pelo avanço das vacinas contra o vírus dos laboratórios Pfizer e BioNTech. Por lá, o índice Stoxx 600 fechou com ganho de 1%. As Bolsas de Londres e Frankfurt subiram 1,33% e 1,32% cada, enquanto Paris teve ganho de 1,73%. Milão, Madri e Lisboa avançaram 1,19%, 1,45% e 0,18%, respectivamente.

Já os índices de Nova York, que subiam na parte da manhã, amargaram perdas após um pregão cheio de incertezas. Dow Jones cedeu 0,04% e o S&P 500 recuou 0,94%. Entre os mais afetados, está o Nasdaq, que após bater recorde de cotação para um pregão, fechou com queda de 2,13%.

Petróleo

O clima ficou negativo após a agência Dow Jones Newswires informar, a partir de fontes, que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) pretende relaxar as restrições às exportações de seus membros de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) para 7,7 milhões de bpd. O secretário-geral da Opep+, Mohammed Barkindo, afirmou que o mercado estaria próximo de chegar a um equilíbrio.

Com isso, o WTI para agosto, referência no mercado americano, fechou em queda de 1,11%, a US$ 40,10 o barril. Já o Brent para setembro, referência no mercado europeu, caiu 1,20%, a US$ 42,72 o barril./MAIARA SANTIAGO, LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR e GABRIEL BUENO DA COSTA

Estadão
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