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Coronavírus

Incertezas econômicas derrubam os mercados da Europa e Nova York, mas Ásia tem ganhos

Além de indicadores econômicos negativos - e inesperados -, o aumento das tensões entre China e Estados Unidos continua no radar do mercado

4 jun 2020 - 07h11
(atualizado às 19h32)
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As incertezas frente aos impactos do coronavírus na economia contaminou os mercados europeus e americanos nesta quinta-feira, 4, com as Bolsas de Nova York e da Europa fechando em queda. Na Ásia, como as Bolsas já estavam fechadas quando os demais mercados abriram, ganhos ainda foram registrados.

A gradual retirada de medidas de bloqueio motivadas pela covid-19 em várias partes do mundo alimentou o apetite por risco no continente asiático, movimento que vai de encontro com o anúncio de novas medidas de apoio fiscal pelos governos locais. Na quarta-feira, 3, a Coreia do Sul propôs um orçamento suplementar, equivalente a cerca de US$ 29 bilhões, justamente com a finalidade de cobrir as despesas com o enfrentamento ao vírus.

Atitude similar também foi tomada pelo Banco Central Europeu (BCE), que anunciou nesta quinta um aumento de 600 bilhões de euros em seu programa de compra de ativos, em um total de 1,35 trilhão de euros. No entanto, uma previsão negativa para o PIB da zona do euro diminuiu o otimismo que antes era visto nos mercados europeus.

Bolsas da Ásia

A Ásia ainda não refletiu nesta quinta as incertezas do exterior. O japonês Nikkei subiu 0,36%, enquanto o Hang Seng avançou 0,17% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi se valorizou 0,19% e o Taiex registrou ganho de 0,65% em Taiwan. Na China continental os mercados ficaram sem direção única, com o Shenzhen Composto subindo 0,28% e o Xangai Composto caindo 0,14%. Na Oceania, o S&P/ASX avançou 0,84%. Na Oceania, a Bolsa australiana seguiu o tom predominante na Ásia, e o S&P/ASX avançou 0,84% em Sydney, a 5.991,80 pontos.

Porém, a expectativa é que o aumento das tensões entre EUA-China ajude a desaquecer as Bolsas asiáticas. Além da decisão do governo americano de barrar voos comerciais da China a partir do dia 16 de junho, a conta oficial do Departamento de Estado publicou uma suposta frase de Donald Trump, na qual dizia que "os Estados Unidos querem uma relação aberta e construtiva com a China, mas alcançar essa relação exige de nós a defesa vigorosa de nossos interesses".

Bolsas da Europa

Contrariando o ânimo do mercado local, que trabalha com projeções positivas devido ao processo de retomada da economia, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, estimou uma inesperada queda de 8,7% no PIB da zona do euro - o que afetou diretamente os negócios do velho continente, já que as Bolsas ainda estavam abertas durante o anúncio.

Em resposta, a Bolsa de Londres caiu 0,64% e a de Paris perdeu 0,21%. A Bolsa de Frankfurt recuou 0,45% e a de Milão cedeu 0,04%. Em Madri e Lisboa, as perdas foram de 0,78% e 0,33%, respectivamente.

Bolsas de Nova York

Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio da última semana ficaram em 1,877 milhão, na nona queda seguida, mas o número segue acima da média pré-pandemia. Já os pedidos de recuperação judicial no país americano cresceram 48% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 724 novas solicitações no mês passado, alta de 30% em relação a abril.

Nesse cenário, Nova York também foi pressionada pelas incertezas das economias globaise os índices fecharam sem direção única. O Nasdaq caiu 0,69%, o Dow Jones subiu0,05% e o S&P 500 recuou 0,34%./

Petróleo

A commodity fechou em alta nesta quinta, mesmo com os relatos de possíveis desentendimentos entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), a Rússia e a Arábia Saudita, sobre possíveis cortes na produção de barris. Um novo acordo seria anunciado na reunião que antes estava prevista para hoje, mas que foi adiada para o próximo dia 17.

Foi apenas no final da sessão, que os contratos de petróleo conseguiram registrar ganhos. O WTI para julho, referência no mercado americano, fechou em alta de 0,32%, a US$ 37,41 o barril. O Brent para agosto, referência no mercado europeu, subiu 0,50%, a US$ 39,99 o barril./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

Estadão
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