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Coronavírus

Agências de saúde dos EUA recomendam suspensão da vacina da Johnson após relatos de coágulos

Seis mulheres apresentaram coágulos sanguíneos e baixo número de plaquetas após vacinação

13 abr 2021 - 09h54
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Agências de saúde dos Estados Unidos recomendaram interromper a administração da dose única da vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson (J&J) para investigar relatos de coágulos sanguíneos. Os centros de distribuição e aplicação do imunizantes irão suspender temporariamente o uso do imunizante. Estados e outros locais de vacinação devem acompanhar o alerta.

O Centro para Controle e Prevenção de Doenças da Food and Drug Administration (FDA), agência de medicamentos norte-americana, afirmou que está analisando o caso de seis mulheres que apresentaram coágulos sanguíneos e baixo número de plaquetas após terem recebido a vacina. As pacientes têm entre 18 e 48 anos. Os sintomas ocorreram entre 6 e 13 dias após a vacinação. Mais de 6,8 milhões de doses da vacina da J&J já foram aplicadas nos EUA.

O Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização do Centro de Prevenção e Controle de Doenças se reunirá nesta quarta-feira, 14, para discutir os casos. O FDA também abriu uma investigação. Os órgãos classificaram os sintomas como "raros". "Até que esse processo seja finalizado, nós recomendamos pausar o uso da vacina por excesso de cautela", afirmaram em comunicado conjunto Anne Schuchat, vice-diretora do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, e Peter Marks, diretor do Centro da FDA para Avaliação e Pesquisa Biológica.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no dia 31 de março o uso emergencial no Brasil da vacina da Johnson & Johnson contra a covid-19. Dentre os principais imunizantes no mercado, este é o único que garantiria a proteção em uma só dose, o que poderia acelerar a vacinação. O governo federal fechou contrato para comprar o produto, mas não há previsão de entrega no 1º semestre.

Situações semelhantes na Europa

A interrupção da vacinação com o imunizante da J&J nos Estados Unidos ocorre uma semana depois de as agências europeias terem identificados pacientes com sintomas semelhantes após utilização da vacina Oxford/AstraZeneca. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu na quarta-feira, 7, que os casos de coágulos sanguíneos que surgiram em pessoas que foram vacinadas com o imunizante de Oxford/AstraZeneca devem ser listados como efeitos colaterais "muito raros" da vacina. Apesar disso, a agência diz que os benefícios da vacina continuam superando os riscos e que ela é eficaz na prevenção da covid-19.

De acordo com o órgão regulador, a maioria dos casos foi relatada em mulheres com menos de 60 anos de idade nas duas semanas seguintes à vacinação. Os fatores de risco, no entanto, não puderam ser confirmados porque não há dados suficientes para fazer essa correlação.

O comitê de segurança da agência analisou 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de trombose da veia esplâncnica (no abdômen). Destes, 18 foram fatais. Outros efeitos colaterais listados foram trombose nas artérias, níveis baixos de plaquetas sanguíneas e hemorragia. Os dados foram coletados nos sistemas de notificação do Espaço Econômico Europeu e do Reino Unido.

Estadão
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