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Coronavírus: o que se sabe sobre a vacina que teve resultados preliminares positivos nos EUA

Testes mais amplos ainda são necessários para determinar se vacina de fato protege contra coronavírus.

18 mai 2020 - 16h59
(atualizado às 18h17)
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Pesquisadores no mundo todo correm contra o tempo em busca de uma vacina contra covid-19
Pesquisadores no mundo todo correm contra o tempo em busca de uma vacina contra covid-19
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

As primeiras pistas de que uma vacina pode treinar o sistema imunológico das pessoas para combater o novo coronavírus foram relatadas por uma empresa americana.

A empresa Moderna disse que anticorpos neutralizantes foram encontrados nas oito primeiras pessoas que participaram de seus testes clínicos.

Também disse que a resposta imune foi semelhante às de pessoas infectadas com o vírus real.

Testes maiores para verificar se a vacina realmente protege contra infecções devem começar em julho.

A busca por uma vacina contra o coronavírus está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes, com cerca de 80 grupos em todo o mundo tentando desenvolver uma própria.

Trecho do código genético

A Moderna foi a primeira a testar uma vacina experimental, chamada mRNA-1273, em pessoas.

A vacina é composta por um pequeno trecho do código genético do coronavírus, que é injetado no paciente.

Ela não é capaz de causar infecção ou os sintomas da covid-19, mas é suficiente para provocar uma resposta do sistema imunológico.

Os ensaios clínicos, realizados pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do governo dos EUA, mostraram que a vacina levou à produção de anticorpos que podem neutralizar o coronavírus.

No entanto, o teste para esses anticorpos neutralizantes ocorreu apenas nas oito primeiras pessoas de um total de 45 participantes do estudo.

Os participantes tomaram doses baixas, médias ou alta. Doses mais altas foram associadas a uma maior incidência de efeitos colaterais.

No entanto, a Moderna disse que mesmo as pessoas que tomaram a dose mais baixa tinham anticorpos nos mesmos níveis observados em pacientes que se recuperaram da covid-19.

E os anticorpos de pessoas que tomaram a dose média "excederam significativamente" os de pacientes recuperados.

O estudo é da chamada fase 1, pois foi projetado para testar se a vacina é segura, e não se é eficaz.

Serão necessários testes maiores para verificar se as pessoas estão protegidas contra o vírus. No entanto, experimentos com ratos mostraram que a vacina poderia impedir a replicação do vírus nos pulmões.

"Esses dados provisórios da fase 1, embora iniciais, demonstram que a vacinação com o mRNA-1273 provoca uma resposta imune da magnitude causada pela infecção natural", disse o dr. Tal Zaks, diretor médico da Moderna.

"Esses dados confirmam nossa crença de que o mRNA-1273 tem o potencial de prevenir a doença do covid-19 e aumentam nossa capacidade de selecionar uma dose para estudos cruciais."

A Moderna disse que espera iniciar um teste maior em julho e que já está pesquisando como fabricar a vacina em grande escala.

Vacina de Oxford

Uma vacina pioneira da Universidade Oxford também está sendo testada em pessoas, mas ainda não há resultados desses testes.

No entanto, foram levantadas preocupações sobre os resultados de experimentos em macacos.

Os testes mostraram que os animais vacinados apresentaram sintomas menos graves e não desenvolveram pneumonia. No entanto, eles não ficaram completamente protegidos do vírus e sinais dele foram detectados no mesmo volume nos narizes dos macacos que nos animais não vacinados.

Eleanor Riley, da Universidade de Edimburgo, disse que "se resultados semelhantes forem obtidos em humanos, a vacina provavelmente fornecerá proteção parcial contra a doença, mas provavelmente não reduzirá a transmissão na comunidade em geral".

No entanto, até que testes em humanos tenham sido realizados, é impossível saber como a vacina funcionará nas pessoas.

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