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Coreia do Norte devolve restos de soldados mortos na guerra aos EUA

27 jul 2018 - 06h00
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Trump agradece Kim Jong-un pelo retorno de caixas contendo restos mortais de militares americanos que morreram durante a Guerra da Coreia. Casa Branca diz que gesto é "impulso para mudanças positivas".A Coreia do Norte devolveu aos Estados Unidos 55 caixas contendo o que se acredita serem restos de soldados americanos mortos durante a Guerra da Coreia, afirmaram autoridades nesta sexta-feira (27/07).

A entrega é o resultado de uma promessa feita pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ao presidente americano, Donald Trump, durante sua cúpula em Singapura em junho, e é o primeiro resultado substancial da reunião, cujo objetivo maior era discutir a desnuclearização da Coreia do Norte.

Uma aeronave militar Air Force C-17 dos EUA fez uma rara viagem para a Coreia do Norte para retirar as caixas com os restos dos soldados, cobertas com bandeiras azuis com a insígnia da ONU.

A Casa Branca disse que o avião deixou Wonsan, na costa norte da Coreia do Norte, rumo à base aérea de Osan, em Pyeongtaek, perto de Seul, capital da Coreia do Sul. Uma cerimônia de repatriação será realizada no local na quarta-feira.

Na sequência, as caixas serão levadas ao Havaí para serem processadas por uma agência do Departamento de Defesa dos EUA.

Pouco antes das caixas deixarem a Coreia do Norte, Trump expressou agradecimentos a Kim Jong-un. "Depois de tantos anos, esse será um grande momento para muitas famílias. Obrigado, Kim Jong-un", escreveu o presidente no Twitter.

Separadamente, a Casa Branca disse ter sido "encorajada" pelo retorno dos restos mortais e pelo "impulso para mudanças positivas".

Kim Jong-un prestou tributo aos "mártires" da guerra na Coreia do Norte e aos soldados chineses mortos no conflito, segundo a mídia estatal local.

Por volta de 7.700 soldados americanos estão listados como desaparecidos da Guerra da Coreia, e acredita-se que 5.300 dos restos mortais ainda estejam na Coreia do Norte. A guerra levou à morte de milhões de pessoas, incluindo 36 mil soldados americanos.

Entre 1990 e 2005, 229 conjuntos de restos mortais da Coreia do Norte foram repatriados, mas as operações foram suspensas com a deterioração das relações diplomáticas por conta do programa de armas nucleares de Pyongyang.

Segundo autoridades dos EUA, estima-se que a Coreia do Norte tenha até 200 conjuntos de restos mortais prontos para entrega.

Resultado tangível

Menos controversa que a desnuclearização, a repatriação dá à Casa Branca um resultado tangível do encontro em Singapura, cujos resultados na questão armas nucleares ainda não corresponderam às expectativas levantadas por Trump.

Recentemente, a Coreia do Norte teria começado a desmontar uma base de lançamento de mísseis na costa noroeste do país, segundo imagens de satélite, mas analistas avaliam que o passo é insuficiente para a desnuclearização.

A transferência dos restos mortais coincide com o aniversário de 65 anos do armistício entre as forças norte-coreanas e chinesas, de um lado, e forças lideradas pelos EUA e sob o Comando da ONU do outro. Tecnicamente, as duas Coreias ainda estão em guerra, pois um tratado de paz nunca foi assinado.

A Coreia do Sul recebeu bem o retorno dos restos mortais, que classificou como "progresso substancial que pode contribuir para alimentar a confiança" entre Pyongyang e Washington.

Coreia do Sul e Coreia do Norte realizarão um encontro na terça-feira para discutir formas de realizar sua própria cúpula em abril, na qual prometeram reduzir as tensões, disse o ministro de Defesa sul-coreano.

PJ/rtr/ap/afp

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