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Conselho de Segurança condena míssil da Coreia do Norte

30 ago 2017 - 06h16
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Órgão da ONU recrimina "veementemente" lançamento de míssil balístico que sobrevoou o Japão e exige que Pyongyang suspenda programa nuclear. Pequim, principal aliado, sinaliza afastamento do regime norte-coreano.O Conselho de Segurança da ONU condenou "veementemente" o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil balístico que sobrevoou o Japão, numa declaração adotada por unanimidade nesta terça-feira (29/08).

"O Conselho de Segurança condena veementemente o míssil balístico lançado pela República Democrática Popular da Coreia [nome oficial do país] que sobrevoou o Japão, assim como múltiplos outros lançados em 25 de agosto de 2017", diz o texto aprovado pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo a China, aliada de Pyongyang.

Leia mais: Coreia do Norte, da fundação ao programa nuclear

A declaração unânime do Conselho de Segurança, que se reuniu sob caráter de emergência a pedido de Tóquio e Washington, descreveu as ações de Pyongyang como "ultrajantes" e insistiu na exigência de que o governo norte-coreano "pare de imediato" com os lançamentos.

"O Conselho de Segurança, determinado no seu compromisso por uma península coreana desnuclearizada, enfatiza a importância vital de ações imediatas e concretas" por parte de Pyongyang "de forma a diminuir a tensão", diz o comunicado. Os lançamentos representam "não apenas uma ameaça para a região, mas para todos os Estados-membros da ONU", prossegue o texto.

O órgão da ONU se manifestou "seriamente preocupado" por a Coreia do Norte estar "minando a paz e a estabilidade regional de forma deliberada" e reiterou estar comprometido com uma solução política, diplomática e pacífica, além de renovar os apelos a Pyongyang para que suspenda os seus programas nucleares e de mísseis.

"Pede-se a todos os Estados-membros que apliquem de forma estrita e plena as resoluções da ONU, incluindo aquelas que impõem sanções econômicas à Coreia do Norte", ressaltou o texto, lido na sala oficial do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo presidente em exercício, o embaixador egípcio. O documento, no entanto, não aborda a possibilidade de potenciais novas sanções.

O mais recente lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte ocorreu menos de um mês depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado, por unanimidade, uma resolução que incluiu o mais duro pacote de sanções contra Pyongyang, incluindo a proibição de exportações norte-coreanas de carvão, ferro e chumbo. As medidas devem privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem de 1 bilhão de dólares.

Na manhã desta terça-feira, a Coreia do Norte ter disparado um míssil que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou o território japonês, percorrendo 2.700 quilômetros antes de cair a leste da ilha de Hokkaido em águas do oceano Pacífico.

Tratou-se do 13º lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte desde o início do ano, segundo dados de Seul. No último domingo, Pyongyang também lançou três mísseis de curto alcance no Mar do Japão.

Pequim indica afastamento de Pyongyang

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, admitiu que o lançamento do míssil norte-coreano "violou as resoluções das Nações Unidas e minou os tratados de não proliferação".

"A China não é a favor [do lançamento do míssil] e estamos trabalhando com outros membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou Wang, prometendo também "dar a resposta necessária".

O ministro chinês ressaltou que China e Coreia do Norte "são vizinhos e têm uma velha amizade", mas disse que Pyongyang "violou as resoluções e, por isso, como membro permanente do Conselho de Segurança e país importante e responsável, a China deve tomar uma posição clara".

Wang sublinhou que o seu governo "cumprirá totalmente com as resoluções" da ONU e afirmou que estas são importantes para tentar "conter o programa nuclear e de mísseis norte-coreano". O ministro apelou ainda "a todas as partes para que não empreendam ações que resultem numa escalada de tensões".

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediram que se eleve até um "nível extremo" a pressão sobre a Coreia do Norte. Nesta terça-feira, Abe falou ao telefone com o presidente americano, Donald Trump, e ambos prometeram intensificar a pressão sobre Pyongyang.

O regime norte-coreano disparou o míssil sobre o Japão em protesto contra exercícios militares de Washington e Seul que estão em curso na península coreana, e que Pyongyang considera um ensaio para uma invasão.

A China é o principal aliado e parceiro comercial da Coreia do Norte, mas tem se afastado do regime de Kim Jong-un, devido à sua insistência em desenvolver um programa nuclear.

PV/lusa/afp

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