Confrontos entre a oposição e a Polícia em Teerã
Grupos de manifestantes e soldados das forças de segurança iranianas enfrentaram nesta segunda-feira em diversos pontos da capital iraniana onde a oposição havia convocado uma manifestação que foi proibida pelo regime.
Conforme relatos de testemunhas, a Polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão que de forma silenciosa havia ocupado a praça Azadi, no sudoeste da cidade.
Até o momento, não há informações confiáveis se os distúrbios causaram vítimas e se houve detidos.
Alguns manifestantes, muitos homens acompanhados de mulheres e filhos, gritaram palavras de ordem como "morte ao ditador", contaram testemunhas.
Teerã amanheceu nesta segunda-feira tomada pelas forças de segurança em resposta à decisão da oposição iraniana de manifestar-se em favor das revoltas no norte da África, apesar das autoridades advertirem que a manifestação estava proibida.
Desde a primeira hora da manhã, agentes e voluntários islâmicos "Basij" vestidos como civis patrulhavam os acessos às avenidas Enguelab (revolução) e Vali-e Asr, cenário em junho de 2009 de grandes manifestações populares contra a reeleição do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que a oposição classificou de fraudulenta.
Logo após a divulgação do resultado, milhares de pessoas saíram às ruas de todo o país para apoiar a denúncia dos líderes da oposição reformista, Mir Hussein Mousavi e Mehdi Karroubi, que havia produzido "uma fraude maciça".
Na violenta repressão daquelas manifestações, que duraram vários meses, dezenas de pessoas morreram e milhares presas.
Após meses de silêncio, a oposição iraniana postou neste fim de semana um comunicado no site "Kaleme.org", afim a Mousavi, no qual pediram à população manifestar-se nesta segunda-feira no centro de Teerã.
Na nota, os opositores criticam a "hipocrisia" do regime iraniano, que apoiou publicamente as revoltas no norte da África ao mesmo tempo em que impede as manifestações em seu próprio território.