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Condenado por ataques ao STF, deputado bolsonarista vai receber medalha

Honraria tradicionalmente entregue a grandes escritores será concedida ao deputado; imortais da ABL estão recusando a homenagem

1 jul 2022 - 11h37
(atualizado às 15h00)
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Daniel Silveira
Daniel Silveira
Foto: Wallace Martins / Futura Press

O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) vai receber nesta sexta-feira, 1, a medalha da Ordem do Mérito do Livro, concedida pela Biblioteca Nacional a personalidades que contribuíram com a literatura brasileira. Entregue a nomes como o poeta Carlos Drummond de Andrade, a honraria será entregue ao bolsonarista, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques à Corte, em razão do Bicentenário da Independência.

A cerimônia de entrega das medalhas deve ocorrer às 15h30 desta sexta, e deve contar com a presença do ex-secretário de Cultura Mário Frias e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A informação foi antecipada pela colunista do jornal Folha de S.Paulo Mônica Bergamo.

O escritor, poeta e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Marco Lucchesi seria um dos homenageados pela Biblioteca Nacional, no entanto, decidiu recusar a medalha ao ser informado de que a honraria seria concedida aos aliados do presidente. "Se eu aceitasse a medalha seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiro a uma biblioteca. Agradeço, mas não posso aceitar", diz.

Outro imortal da ABL, Antonio Carlos Secchin também tomou a mesma atitude e irá recusar a honraria. Ao jornal O Globo, afirmou que a medalha é de “única diretriz política, agraciando pessoas sem relação com livros.

Daniel Silveira

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por ameaças e incitação à violência contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram dez votos a favor da condenação, oito deles seguindo integralmente o voto do relator, o ministro Alexandre de Moraes. Apenas Kassio Nunes Marques votou pela absolvição do deputado.

Menos de 24 horas depois da decisão, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do bolsonarista e editou um inédito decreto concedendo perdão da pena imposta por dez dos 11 ministros da Corte.

    Estadão
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