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Tempo seco no Pantanal

Rio Paraguai em vazante: o processo de vazante iniciou antecipadamente em 2021. Confira!

15 jul 2021 - 16h37
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Foto: iStock

A região do Pantanal é sempre um grande destaque durante a época seca do ano devido ao número de queimadas. Ano passado o bioma foi extremamente atingido. Em junho deste ano, choveu apenas 3mm na cidade, a região de Corumbá já está há mais de 100 dias sem ter chuva significativa (maior que 10mm em 24 horas), e este é o mês de julho mais seco dos últimos cinco anos.

Mesmo assim, ainda pela estação do INMET, neste ano foram 520,7mm de chuva em Corumbá (MS), entre os dias 1 de janeiro de 2021 e de 14 de julho de 2021, sendo o maior volume de chuva para o mesmo período em 4 anos, desde 2017 quando acumulou 700,5mm entre 1 de janeiro de 2017 e 14 de julho do mesmo ano.

As consequências da longa estiagem ocasionam a crise hídrica

Pelo segundo ano consecutivo o rio Paraguai, que drena a Bacia do Alto Paraguai e o bioma Pantanal, vem apresentando valores de nível d'água significativamente abaixo da média. Com tendência de declínio de seu nível até o mês de outubro, quando normalmente termina o processo de vazante, o rio Paraguai preocupa em todas as estações monitoradas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM).

O comportamento dos rios na bacia vem confirmando o prognóstico divulgado pelo órgão desde o início de junho, quando ficou claro que o processo de vazante havia iniciado antecipadamente em 2021.

O nível d'água registrado na estação de Cáceres (MT) está atingindo os menores valores mínimos já observados para esse período do ano, considerando toda sua série histórica de dados (com registros desde 1965). O nível atualizado em 14 de julho, estava já em apenas 70cm.

Em Mato Grosso do Sul, na estação de Ladário, considerada um termômetro para medir o grau da estiagem no bioma Pantanal, o rio Paraguai está com apenas 1,34m (entre 09 e 10/07). Será o terceiro ano consecutivo em que o Pantanal não apresenta a habitual cheia, condição em que o nível d'água supera os 4 metros em Ladário. A última vez foi em 2018, quando o rio atingiu o pico de 5,35 metros. Para os próximos 28 dias, o SGB-CPRM prevê que o nível do rio deva ficar em 88cm na estação localizada no município, ao lado de Corumbá (MS).

Historicamente agosto é um dos meses mais secos da região, quando dificilmente chove. No ano passado, o nível do rio chegou a atingir dois metros no período máximo da cheia, neste ano chegou apenas a 1,80m, começando a baixar mais cedo, cerca de dois meses antes. Comparando com o mesmo período do ano passado, o nível atual do rio Paraguai está cerca de 50 centímetros mais baixo.

Esse cenário traz mais preocupação, porque a seca este ano aparenta ser mais severa do que a que ocorreu ano passado, quando foram vivenciados vários impactos negativos na região.

Impactos da estiagem

A bacia do rio Paraguai abrange uma das maiores extensões de áreas alagadas do planeta: o Pantanal. O período de estiagem tem implicações para navegação no rio Paraguai, hidrovia por onde escoa principalmente produção de grãos e minérios para exportação. Desde o dia 1 de junho, Ladário já atingiu 1,50m, considerado o limite do nível de restrição para navegação pela Marinha do Brasil.

Outro problema que ronda a região é o abastecimento de água, alguns municípios estão planejando captação de água alternativa com o uso de bombas móveis. As queimadas também preocupam, com base no prognóstico de vazante extrema, o Governo de Mato Grosso do Sul decreta emergência ambiental por 180 dias, com objetivo de prevenir a propagação de incêndios em áreas que historicamente deveriam permanecer alagadas.

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