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Primavera predispõe à doença na córnea

Polinização, tempo seco, alergia nas vias respiratórias e menor lubrificação dos olhos são os gatilhos. Saiba como prevenir

21 out 2020 - 17h18
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que no Brasil a asma entre crianças e adolescentes é uma das mais altas do mundo com 20% de prevalência.  Quem pensa que alergia é doença de criança se engana. O relatório da OMS mostra que dos 15 aos 18 anos, 23% dos brasileiros sofrem com alguma alergia respiratória. 6 em cada 10 desenvolvem alergia ocular.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Net do Instituto Penido Burnier, alérgicos formam o principal grupo de risco do ceratocone, doença degenerativa que afina a deforma a córnea, lente externa do olho responsável por 60% da nossa visão. No Brasil 100 mil pessoas convivem com esta doença. O hábito  de coçar os olhos é  o maior fator de risco.

Olho seco

O especialista afirma que na primavera  a baixa umidade do ar aumenta a síndrome do olho seco. A menor lubrificação dos olhos  predispõe ao ceratocone. Os sintomas da síndrome elencados pelo médico são vermelhidão, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada. O distúrbio atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo e 12% dos brasileiros.

Levantamento feito por Queiroz Neto nos prontuários de 315 portadores de ceratocone mostra que 24% têm olho seco. Em tempo de pandemia, o trabalho home office e a educação online torna a vida dessas pessoas bastante complicada. Isso porque, 1 em cada 3 afirmam ter dificuldade de permanecer diante de uma tela por muito tempo.

Sinais e influência dos hormônios

Os principais sintomas do ceratocone elencados pelo oftalmologista são coceira nos olhos, visão dupla ou distorcida, troca frequente dos óculos, enxergar halos ao redor da luz e fotofobia. O oftalmologista afirma que além do efeito do meio ambiente no desenvolvimento do ceratocone, alergias respiratórias, e casos na família, a doença também sofre influência dos hormônios sexuais. Isso porque, estimulam a córnea a produzir enzimas que levam ao afinamento progressivo da sua espessura.  "É por este motivo que a maioria dos diagnósticos ocorrem na puberdade. Mulheres com a doença estável há anos também podem experimentar progressão repentina do ceratocone durante a gestação", salienta

Diagnóstico e tratamentos

Queiroz Neto afirma que o diagnóstico precoce é essencial para evitar o transplante, especialmente depois da pandemia que aumentou a fila da cirurgia. A tomografia, exame que faz a análise das duas faces da córnea permite diagnosticar a doença antes de sinais evidentes. A única terapia que interrompe a progressão é o crosslinking que associa a aplicação de riboflavina, vitamina B2, e luz ultravioleta para fortalecer a reticulação das fibras de colágeno na córnea.

Outros tratamentos são o implante de anel intraestromal que achata o formato da córnea e o lente escleral que por se apoiar na esclera, parte branca do olho, tem boa adaptação inclusive em casos avançados de ceratocone.

Prevenção

Queiroz Neto afirma que a principal recomendação para prevenir o ceratocone é não coçar ou esfregar os olhos. A dica do oftalmologista é usar compressas frias para aliviar a coceira. Não desaparecendo é necessário consultar um especialista. O uso de colírios sem prescrição pode piorar o problema. A alergia pode ser evitada com cuidados simples. Os principais indicados pelo médico são:

Manter os ambientes limpos e arejados

Evitar a exposição prolongada ao ar-condicionado

Dar preferência ao aspirador de pó e panos úmidos na limpeza da casa

Não cocar os olhos para evitar o acúmulo de estamina no local que causa mais coceira

Aplicar compressas frias ao primeiro desconforto

Usar óculos nos ambientes externos como barreira de proteção

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