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Gerando sua própria energia - O sol como seu aliado

A energia fotovoltaica, existente a mais de 100 anos, é considerada atualmente a fonte de energia limpa que mais cresce no mundo.

5 out 2021 - 13h18
(atualizado às 13h24)
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A energia fotovoltaica, existente a mais de 100 anos, é considerada atualmente a fonte de energia limpa que mais cresce no mundo.  No Brasil, a primeira contratação de energia solar de geração pública centralizada aconteceu em 2014 e segue em constante evolução com expectativa de se tornar uma verdadeira potência no mercado de energia.

Segundo os dados fornecidos pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o uso da energia solar segue aumentando gradativamente, atingindo, em 2020, 30 mil imóveis no país. Ao passo que, a potência instalada chegou a 4.460MW. Avaliando por estados, Minas Gerais se destaca por ser o estado com maior capacidade fotovoltaica instalada até o momento: 671,5 MW (18,1%).  Em seguida, o Rio Grande do Sul, com 446,9 MW (12,6%), e São Paulo, que conta com 440,1 MW (12,5%).

Atualmente, a matriz energética brasileira conta com mais de 173.279 MW, sendo 1,8% desse total proveniente da matriz solar. De acordo com o plano decenal da expansão da matriz energética brasileira da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a matriz solar deve evoluir até um patamar próximo de 3,3% (7.000 MW) em relação à matriz elétrica total e espera-se que o território brasileiro conte com, aproximadamente, 887 mil sistemas de energia solar instalados até 2024 (ABSOLAR, 2021).

Verão, a estação de maior geração?

É possível estabelecer uma relação de sazonalidade na geração de energia solar. No inverno, observa-se uma curva de geração muito próxima a curva registrada via dados observados de radiação, isso ocorre devido a pouca nebulosidade.

Entretanto, devido a fatores astronômicos, os valores de radiação são menores no inverno, afetando a capacidade de geração.

Já no verão, nota-se uma capacidade de geração maior em relação ao inverno, influenciada pela grande quantidade de radiação que chega na Terra. Porém essa geração não apresenta uma curva tão perfeita uma vez que também há maior quantidade de nebulosidade associada, o que impacta na produção de energia. Além dessas influências diretas, alguns estudos concluem que temperaturas do ar elevadas como no caso do verão, associadas a maior incidência de radiação solar na superfície da Terra, afetam de forma significativa a eficiência dos sistemas fotovoltaicos, provocando uma redução do valor da tensão e, consequentemente, diminuição no potencial de geração. (MICHELS et al., 2010).

Desta forma, a estação da primavera apresenta alguns recordes de geração por ser uma estação de transição em que possui uma quantidade de radiação alta, mas com menor incidência de nuvens. Porém, por outro lado, estas mesmas condições geram altos níveis de concentrações de O3 troposférico.

O que realmente sabemos do ozônio e suas interações com a radiação?

A diferença entre o O³ troposférico e o estratosférico, consiste em significativas diferenças de localização na atmosfera, interações com a radiação e nos efeitos gerados.

Ozônio troposférico é formado próximo à superfície por reações fotoquímicas (na presença de radiação solar). Devido aos efeitos nocivos à saúde, apresenta um limiar estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e padrões de qualidade do ar a serem seguidos.

Em grandes centros urbanos atua na formação do "smog fotoquímico", crítica condição de poluição atmosférica.

Camada de Ozônio atua como proteção da vida no planeta, filtrando na estratosfera grande parte da radiação solar ultravioleta nociva que chega à superfície.

Foto: Climatempo

Perspectivas Futuras

Empreendimentos que estão por vir

O ano de 2021 está sendo marcado pela intensificação da crise energética nacional, considerada a pior dos últimos 91 anos, situação fortemente influenciada pela grande dependência da matriz hidrelétrica. À vista disso, a expectativa de ampliação do uso de outras fontes renováveis aumenta, principalmente de fontes eólicas e solares. Incentivo não apenas às grandes geradoras, mas também através de uma nova perspectiva: à geração solar residencial, que já é responsável por 72,6% do total gerado por essa matriz. A expectativa é de aumentar ainda mais essa participação devido ao fato de que a tarifa de energia encontra-se na bandeira vermelha desde junho, consequentemente tornando a conta mais cara para o consumidor em cerca de 16% a 20%.

Atrelado a isso, está cada vez mais fácil e viável instalar as placas solares, principalmente considerando o apoio dos bancos via financiamento com melhores condições para esta finalidade. Até mesmo àqueles que não possuem telhado ou espaço para gerar a energia que consome, pode contar com outras alternativas: usar da modalidade de energia compartilhada, pagando pelo aluguel de um lote/ pedaço de uma fazenda solar ou, gerando em um local e usando essa mesma energia em outro local dentro da mesma concessão de distribuição de energia.

Dito isso, é possível afirmar que o mercado está aquecido e cheio de boas oportunidades, principalmente atrelado ao desenvolvimento de novas tecnologias para dar suporte a todo esse sistema. Como, por exemplo, as baterias que armazenam a quantidade de energia excedente gerada, que têm evoluído bastante possuindo hoje

uma grande variedade de marcas e tipos no mercado, como por exemplo as baterias de íon de lítio (tecnologia que se popularizou através da Tesla Powerwall nos EUA).

 Portanto, sem dúvida o Sol é um grande aliado para a diminuição da conta de luz final ao consumidor e indústrias, além de auxiliar a mitigar os impactos ambientais.

Autora: Tailine Corrêa - Meteorologista

Co-autores: Patrícia Madeira - COO, Vitor Hassan - Head of Energy, Rafael Benassi - Meteorologista | Setor Elétrico, Pedro Regoto - Meteorologista, Lara Marques - Meteorologista | Setor Elétrico

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Referências Bibliográficas

MICHELS, Roger Nabeyama et al. A influência da temperatura na eficiência de painéis fotovoltaicos em diferentes níveis de incidência da radiação solar. Revista Agrogeoambiental, v. 2, n. 3, 2010

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