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Estudo diz que comer menos carne pode evitar mudanças climáticas

Cientistas dizem que redução de 90% deste consumo em países ocidentais é necessária para conter aquecimento global.

11 out 2018 - 14h35
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Cientistas dizem que redução de 90% deste consumo em países ocidentais é necessária para conter aquecimento global. Pesquisa é mais ampla já realizada sobre como hábitos alimentares afetam o meio ambiente.

Pesquisadores recomendam a redução drástica do consumo de carne para evitar mudanças climáticas devastadoras. O estudo publicado nesta quarta-feira (10/10) é o mais amplo já realizado sobre como os hábitos alimentares afetam o meio ambiente.

Uma das principais causadoras das mudanças climáticas, a produção de alimentos gera gases do efeito estufa na criação de gado, destrói florestas e usa quantidades insustentáveis de água. De acordo com a pesquisa, os países ocidentais precisam reduzir 90% do consumo de carne para evitar que o planeta entre em colapso.

O efeito do consumo sem essa redução, combinado com o aumento populacional, devastaria a capacidade de a humanidade de se alimentar de forma eficaz, devido ao esgotamento de recursos e poluição, além de frustrar qualquer esperança de controlar o aquecimento global, destaca o estudo publicado na revista especializada Nature.

Segundo a ONU, o mundo precisará produzir 50% mais alimentos para sustentar quase 10 bilhões de pessoas em 2050. Diante deste cenário, para evitar uma crise, os cientistas pediram uma mudança global nos hábitos alimentares. Eles sugerem uma dieta baseada em vegetais, a redução do desperdício e melhora das práticas agrícolas.

"Nenhuma solução única é suficiente, mas quando implementadas em conjunto, nossa pesquisa indica que é possível alimentar a população em crescimento de forma sustentável", destaca o coordenador do estudo, Marco Springmann, da Universidade de Oxford. O estudo foi publicado apenas dois dias depois de a ONU fazer um alerta sobre a importância de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C para evitar drásticas alterações no clima.

Foto: Climatempo

Especialistas argumentam que cortar o consumo de carne é uma maneira eficaz de os próprios cidadãos contribuírem para evitar as mudanças climáticas. Springmann recomenda o consumo de menos de uma porção de carne vermelha por semana.

A pecuária representa uma ameaça para o clima, responsável pela produção de 14,5% do total de gases do efeito estufa, além de impulsionar o desmatamento para a criação de pasto e consumir cerca de 7 mil litros de água para a produção de 500 gramas de carne. O estudo também indicou que a redução do desperdício pode diminuir em 16% os impactos ambientais.

"Quando se trata de dietas, políticas abrangentes e abordagens de negócios são essenciais para promover mudanças e estimular hábitos mais saudáveis e vegetarianos", acrescenta Springmann.

Climatempo
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