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2022 é o Ano do Desenvolvimento Sustentável das Montanhas.  

Ano internacional declarado pela ONU busca proteger e recuperar destinos de montanhas. Montanhista nepalês retirou 500 kg de resíduos em apenas uma visita.

29 jan 2022 - 04h33
(atualizado às 04h51)
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Foto: iStock

Ano Internacional busca proteger e recuperar destinos de montanhas

Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, revela que quase todos os turistas em regiões montanhosas já presenciaram lixo abandonado; durante Covid-19, proliferam máscaras e tubos de álcool em gel; iniciativa para limpeza conta com montanhista nepalês Nirmal Purja; 500 kg de resíduos retirados em apenas uma visita. 

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2022 como o Ano Internacional do Desenvolvimento Sustentável das Montanhas.  

A resolução quer aumentar o conhecimento sobre a importância de preservação dos ecossistemas. 

Turismo 

De acordo com o Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, durante a pandemia, subiu o número de turistas a montanhas e locais remotos

Uma pesquisa com 1.750 turistas de áreas montanhosas de 74 países revelou que 99,7% deles já viram lixo e resíduos. A maior parte era plástico, lixo orgânico e papel ou papelão, especialmente em trilhas, perto de estacionamentos e locais de descanso. 

Ainda de acordo com a pesquisa, 60% notaram um aumento no lixo nos últimos cinco anos, enquanto mais de 75% identificaram máscaras ou frascos de desinfetante para as mãos.  

Ação 

Para conscientizar os viajantes, o Programa Mundial para o Meio Ambiente, Pnuma, nomeou o alpinista nepalês Nirmal Purja como embaixador das Montanhas.  

Durante a visita ao Monte Manaslu do Nepal, a oitava montanha mais alta do mundo, Purja e sua equipe limparam pilhas de lixo, incluindo cordas e recipientes de oxigênio, deixados por outros alpinistas. 

Eles juntaram 500 kg de lixo e agora buscam fazer o mesmo em outro local: o Monte Everest. O grupo ainda deve passar pelo K2, no Paquistão, e Ama Dablam, também no Nepal. 

Degradação 

A iniciativa é importante porque, segundo o Pnuma, embora pareçam imponentes, os ecossistemas das montanhas são frágeis. O lixo é uma ameaça para a vida selvagem e polui a água, representando um risco para a saúde das comunidades.  

O especialista em ecossistemas de montanha do Pnuma, Matthias Jurek, afirma que a pandemia é uma oportunidade para repensar o turismo de montanha e seus impactos sobre os recursos naturais 

Para ele, é preciso promover um turismo mais sustentável nas regiões montanhosas para prevenir, travar e reverter sua degradação. Feito corretamente, o turismo de montanha pode ajudar as comunidades de montanha a levar vidas mais sustentáveis. 

Atitudes 

Especialistas consultados pela agência da ONU dizem que aumentar a conscientização sobre as consequências da poluição das montanhas é crucial para limpar as encostas do mundo.  

O Comitê Olímpico Internacional, COI, o Pnuma e federações de esportes de montanha, lançaram 10 etapas para ser um herói da montanha, um guia prático sobre como os visitantes podem reduzir sua pegada ambiental.  

Guia prático para montanhistas

Foto: Climatempo

Guia prático para montanhistas da ONU

Soluções 

Além das atitudes individuais dos visitantes, o representante do Pnuma acredita que outras medidas devem ser tomadas, como a proibição de plásticos descartáveis.  

Para Jurek, ainda é necessário que seja reduzido o consumo de produtos plásticos e exista mais financiamento e desenvolvimento de alternativas inovadoras, reciclagem e economia circular. 

De acordo com dados do Pnuma, a poluição por plástico deve dobrar até 2030, um desenvolvimento potencialmente perigoso para ecossistemas de montanha sensíveis. 

Monte Everest 

Segundo o montanhista nepalês, aumentar a consciência sobre o valor dos ecossistemas de montanha para a humanidade e promover ações e conscientização para protegê-los da poluição é chave na proteção desses locais. 

Em 2019, Purja tirou uma foto do excesso de pessoas no topo do Monte Everest e disse que o lixo estava se tornando tão comum que estava esmagando a montanha.  

Segundo ele, em média, os alpinistas deixam oito quilos de lixo, incluindo barracas, tanques de oxigênio, cordas e dejetos humanos, durante a escalada. 

Purja espera aumentar a conscientização sobre os danos que o turismo insustentável está causando às montanhas do mundo.  Ele afirma que todos precisam agir para fazer uma mudança de comportamento e proteger os picos.

Fonte: ONU News

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