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Yoga com animais: a nova moda nos Estados Unidos

23 mai 2017 - 10h27
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Ana Milena Varón.

Los Angeles (EUA), 21 mai (EFE). - No benévolo mundo dos praticantes de yoga começa a germinar uma tendência que procura enfatizar a comunhão com a natureza, o princípio base da disciplina, e que consiste em incluir animais de todo tipo nas sessões.

"É uma experiência divertida, inocente e alegre. É uma oportunidade para as pessoas se reunirem a aproveitarem o ambiente ao ar livre, os animais e a yoga em si. Proporciona sorrisos e felicidade, coisas que todos nós precisamos ", disse à Agência Efe Michelle Tritten, instrutora em Los Angeles, na Califórnia, sobre a tendência de realizar sessões ao lado do companheiro de quatro patas que já se estende por várias cidades dos Estados Unidos, e que tem às cabras como uma das principais protagonistas.

Desde de criança, Michelle conviveu com cabras como animais de estimação e foi nessa época em que ela descobriu que esse animal tem uma personalidade intrigante.

"Nunca conheci duas cabras iguais", apontou a professora, que não pensou duas vezes quando recebeu a proposta de incluir animais em suas aulas de yoga.

A primeira sessão organizada por ela aconteceu na data em que se comemora o Dia da Terra, 22 de abril, em um dos principais parques de Los Angeles. Depois disso, já foram duas aulas lotadas.

Segundo ela, a ideia consiste em tirar os praticantes da yoga de pequenas salas, levá-los ao ar livre e ensiná-los a compartilhar o espaço com a natureza. As cabras, geralmente filhotes, interagem com os alunos e algumas chegam inclusive a subir nas costas de algum humano envolvido em uma complicada posição.

"Os benefícios variam conforme cada indivíduo. No entanto, os animais são fiéis a si mesmos. Acredito que a yoga ajuda a nos reconectarmos com o nosso verdadeiro eu, e talvez estar na presença de animais enquanto praticamos acelere esse processo", disse.

A tendência nos Estados Unidos começou no ano passado no estado de Oregon. De lá para cá, a ideia se espalhou por várias cidades através de redes sociais, com especial adesão nas encravadas em estados agrícolas ou de criadores de gado.

"É impossível ficar triste ou deprimido quando temos cabritos pulando em volta", defendeu Lainey Morse, organizadora de um evento de yoga em Oregon.

A praticante María García, por sua vez, aprovou a proposta alternativa.

"Acho que assim conseguimos sair um pouco da rotina e isso faz com que você realmente se conecte com a natureza", afirmou ela, que faz esse tipo de exercício há 15 anos.

A Mayo Clinic, uma organização médica sem fins lucrativos, assegura que o tratamento com animais pode reduzir de maneira significativa a dor, a ansiedade, a depressão e o cansaço das pessoas que apresentam variados problemas de saúde.

Colocar animais em intervenções médicas é cada vez mais analisado por centros de pesquisa como forma de tratamento. Há algumas semanas, por exemplo, a Universidade Estadual da Pensilvânia anunciou que estudará como os animais podem ajudar na terapia com crianças vítimas de maus-tratos e abuso.

A ideia de integrar bichos às aulas foi adotado inclusive por entidades que promovem a adoção de amimais de estimação. No mês passado, no Condado Miami-Dade, na Flórida, foi organizada uma sessão de yoga com gatos que estavam em busca de um novo lar.

No entanto, um dos maiores desafios enfrentados pelos organizadores destes eventos, também abertos a cachorros e coelhos, é, logicamente, o controle quase nulo que existe sobre os animais, principalmente os de fazenda.

"Numa dessas aulas, uma cabra subiu na minha amiga. A impressão é de que eles são os primeiros a entrar no clima, mas isso é bom, porque a alegria é contagiante", afirmou María.

EFE   
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