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Pressionado, iFood promete zerar uso de plástico nas entregas até 2025

Pimeiro passo, segundo empresa, tem sido apresentar opções no app para incentivar consumidores a terem hábitos baseados em menos consumo de plástico, oferecendo a escolha de receberem ou não talheres plásticos e outros itens descartáveis

9 abr 2021 - 20h01
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BRASÍLIA - Responsável por sete em cada dez pedidos de comida feitos hoje no Brasil por meio de aplicativos, o iFood promete acabar com o uso de embalagens de plástico por restaurantes que utilizam sua plataforma até 2025. Questionado pelo Estadão sobre a preocupação de usuários do serviço com o volume de plástico que recebem e a percepção de que a empresa também é responsável pela produção desse lixo - e não só os restaurantes -, a companhia declarou que tem tomado iniciativas para zerar o uso de plásticos nos próximos quatro anos.

"O iFood está comprometido com a poluição zero de plástico por meio de suas operações até 2025. Para cumprir sua meta, a empresa conta com diversas iniciativas, dentre elas, a pesquisa e desenvolvimento em embalagens sustentáveis e em cooperativas de reciclagem para ampliar sua capacidade produtiva e melhorar a renda dos cooperados", declarou a empresa.

A Uber Eats foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou sobre o assunto. Em dezembro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e organização Oceana lançaram a campanha #DeLivreDePlástico, para cobrar o iFood e a Uber Eats em relação a medidas de redução de uso do material nas entregas. Originalmente, essas empresas não são as provedoras de embalagens, mas podem adotar medidas que centralizem a venda de alternativas mais sustentáveis, além de estimular e priorizar esse tipo de produto.

"Com tanto lucro, e se beneficiando desse cenário, é inaceitável que essas empresas façam tão pouco em retorno", comenta Lara Iwanicki, gerente da campanha de plásticos na Oceana. Ao Estadão, o iFood declarou que, "à medida que amadurece como empresa, aumenta também a sua responsabilidade com a sociedade e a certeza de que crescimento e medidas para regenerar impactos socioambientais precisam andar lado a lado".

O primeiro passo dado, segundo a empresa, tem sido apresentar opções no app para incentivar consumidores a terem hábitos baseados em menos consumo de plástico, oferecendo a escolha de receberem ou não talheres plásticos e outros itens descartáveis. "Essas iniciativas contribuem para a redução do consumo de itens plásticos, que muitas vezes, são enviados sem serem solicitados e acabam indo para o lixo sem utilização. Nos primeiros testes feitos, 90% dos consumidores utilizaram o recurso, o que resultou na redução de dezenas de milhares de talheres e mostra o desejo do usuário em receber menos resíduos nas suas casas", informou a companhia.

Foi criado ainda "um selo para reconhecer as boas práticas ambientais dos restaurantes cadastrados no iFood", que será ampliado nos próximos meses. Uma campanha, batizada de "iFood Regenera", pretende incentivar o desenvolvimento de embalagens feitas de matérias-primas de fontes renováveis como, por exemplo, o papel.

"Queremos transformar toda a cadeia de fornecimento de embalagens sem plástico no Brasil. Fomentando a cadeia nacional, da produção até a comercialização e logística, oferecendo assim, um preço competitivo às indústrias que já existem, mas não possuem escala de produção e demanda", declarou a empresa.

O serviço de aplicativo iFood afirmou ainda que prevê "investimento nas cooperativas de reciclagem no País serão peças centrais para atingir as metas de compromisso da empresa", o que inclui investimentos em estruturas e maquinários dessas cooperativas. A reportagem questionou sobre valores previstos, mas a companhia informou que não pode abrir essas informações. A construção de uma nova central de "triagem semi-mecanizada", em São Paulo, está prevista para ocorrer este ano.

Estadão
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