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Óleo no Nordeste: chega a 409 número de localidades afetadas

Balanço aponta que petróleo cru atingiu 67,9% dos municípios do litoral nordestino; 243 locais ainda têm fragmentos ou manchas

8 nov 2019 - 11h46
(atualizado às 13h46)
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SÃO PAULO - O número de localidades do Nordeste atingidas por óleo chegou a 409, segundo balanço divulgado na quinta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 104 municípios de todos os nove Estados do Nordeste foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

Segundo o Ministério da Saúde, o Nordeste tem 153 municípios litorâneos, o que significa que o óleo chegou a ao menos 67,9% das cidades da costa da região.

O balanço do Ibama indica, também, que apenas 166 das 409 localidades atingidas estão "limpas", isto é, sem vestígios ou manchas. Dentre as que ainda têm óleo, estão a Praia do Japaratinga e a Foz do Rio Manguba, em Alagoas, e a Ilha de Comandatuba e a Costa do Sauípe, na Bahia.

Por Estado, as 243 localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (100), Alagoas (45), Sergipe (34), Pernambuco (26), Rio Grande do Norte (21), Ceará (11), Maranhão (3), Paraíba (2) e Piauí (1).

Em relação à fauna, ao menos 128 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (89) e aves (25). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).

O trabalho de despetrolização de fauna deve ser feito por profissionais em um Centro Especializado. Desta forma, os animais resgatados no estado de Sergipe, Alagoas e norte da Bahia, com esforços integrados da ADEMA (@ademasegipe), do Instituto Biota de Conservação (@institutobiota) , IBAMA (@ibamagov) e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (@ima.alagoas), estão sendo encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização da Fundação Mamíferos Aquáticos, onde são atendidos por uma equipe técnica especializada. . Esta ave oleada, encontrada em Maragogi/AL, chegou ao nosso Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna no dia 21 de outubro. A equipe técnica identificou que se trata de um ganso. Assim que chegou, o animal passou por procedimentos de estabilização, onde foi reidratado, tomou um suplemento vitamínico e um protetor de mucosa gastrointestinal. Depois de dois dias, a ave começou a se alimentar de forma voluntária. . #VivaNordeste #VivaFauna #VivaOceano #VivaFMA . *Ao encontrar algum animal com óleo na praia, não toque e nem devolva o animal contaminado à água. Se quiser ajudar, proteja-o do sol e entre em contato com o órgão ambiental da região. . . #FMAPELONORDESTE #MamíferosAquáticos #FundaçãoMamíferosAquáticos #fma30anos #vivaoceano #VidaMarinha #Conservação #MeioAmbiente #Natureza #Poluição #conservacaomarinha #sustentabilidade #Nordeste #Óleo

Uma publicação compartilhada por Fundação Mamíferos Aquáticos (@mamiferosaquaticos) em

Na Praia do Janga, em Paulista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais.

Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João.

Ao todo, foram atingidos mais de 2,2 mil quilômetros da costa, dos quais foram retiradas mais de 4,3 mil toneladas de petróleo.

Estadão
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