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O que é crédito de carbono, considerado ponto-chave da COP-26?

Novas regras do mercado estão sendo negociadas em Glasgow para garantir a redução do aquecimento global

12 nov 2021 - 05h11
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GLASGOW - A COP-26 entra no que pode ser seu último dia de negociações a caminho de um desfecho com avanços importantes. Um dos maiores deles: a regulamentação do mercado de carbono. Parte importante desse setor, com potencial para movimentar bilhões de dólares, o Brasil flexibilizou sua postura durante a conferência do clima da ONU e deixou de ser o obstáculo nesse ponto, como foi em Madri, em 2019. Longe de ser uma mudança ideológica do governo Jair Bolsonaro, esse é um efeito das pressões de empresas, do setor financeiro e do agronegócio brasileiros.

O que é crédito de carbono?

Criado pelo Protocolo de Kyoto, em 1997, o crédito se baseia na não emissão de CO2. Ou seja, países que absorvem mais do que emitem dióxido de carbono podem vender esse crédito para os países com maiores emissões. O Acordo de Paris avançou na criação de regras e parâmetros para esse mercado como a forma de valoração e contagem desses créditos, mas após seis anos de indefinições os países ainda não chegaram a um acordo para sua regulamentação.

O que é dupla contagem?

É um dos principais pontos discutidos em Glasgow. O desafio é estabelecer um mecanismo que impeça que a emissão de um crédito de carbono seja contado e abatido das emissões totais do país que vendeu e do que comprou. Até esta edição da COP, o Brasil travava a criação de um item na regulamentação que impede que o país que vendeu conte esse crédito em seu balanço de emissões.

O que são os créditos gerados pelo Protocolo de Kyoto?

Países em desenvolvimento insistiam que os créditos de carbono gerados a partir da assinatura do Protocolo de Kyoto, em 1997, deveriam fazer parte do mercado também após o Acordo de Paris. No entanto, a metodologia de contagem é diferente e não há clareza sobre como foram gerados esses créditos pré-Paris.

Por que a governança é considerada um entrave?

Um dos itens que ainda trava a regulamentação é a criação de um mecanismo de governança independente desse mercado. O Brasil é favorável. Os países europeus, contrários. Em Glasgow, eles caminham para concordar com o estabelecimento desse mecanismo.

Estadão
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