PUBLICIDADE

Manchas de óleo chegam ao litoral do Sudeste

Força-tarefa do governo federal afirma que 'pequenos fragmentos de óleo' chegaram à praia de Guriri, no Espírito Santo

8 nov 2019 - 20h52
(atualizado às 22h09)
Compartilhar
Exibir comentários

Dois meses e uma semana após começarem a ser identificadas nas praias do Nordeste, as manchas de petróleo cru foram encontradas pela primeira vez no Sudeste do País na quinta-feira, 7. Segundo a força-tarefa do governo federal, "pequenos fragmentos de óleo" chegaram à praia de Guriri, em São Mateus, o segundo município do Espírito Santo a partir da fronteira com a Bahia.

Segundo nota do Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as amostras da substância foram encaminhadas para o Instituto de Estudos do Mar (IEAPM). O órgão confirmou ser o mesmo óleo encontrado no litoral do Nordeste.

Vista de óleo em praia em Maragogi, Alagoas
17/10/2019 REUTERS/Diego Nigro
Vista de óleo em praia em Maragogi, Alagoas 17/10/2019 REUTERS/Diego Nigro
Foto: Reuters

Primeira cidade capixaba depois da fronteira com a Bahia, Conceição da Barra não registrou presença de óleo até esta sexta-feira, 8. Lá e em Guriri, um grupo com 75 fuzileiros navais da Marinha faz monitoramento das praias desde terça-feira, 5.

Segundo o GAA, as praias do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Bahia, que foram atingidas pelas manchas, já estão limpas. Nesta sexta, no entanto, havia vestígios de óleo e ações de limpeza em oito locais, além de Guriri: Japaratinga, Barra de São Miguel, Jequiá da Praia, Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu, em Alagoas, e Praia do Viral e Coroa do Meio, em Sergipe.

Segundo o Ibama, o óleo já atingiu 409 localidades e, até o momento, foram retiradas aproximadamente 4.300 toneladas de resíduos de óleo. A contagem desse material não inclui apenas óleo, mas também areia, lonas, EPI e outros materiais utilizados para a coleta. O descarte é feito pelas secretarias de meio ambiente dos Estados.

Três navios da Marinha que saíram do Rio de Janeiro no dia 4 para auxiliar no combate às manchas seguem rumo ao Nordeste, com previsão de chegada ao porto de Suape (PE) no dia 10 de novembro, informa a Marinha.

Governo capixaba criou comitê de emergência

Com a chegada das manchas de óleo ao litoral do Espírito Santo, o governo capixaba criou o Comitê Operativo de Emergência (COE), por meio da secretaria da Saúde. O comitê será responsável por organizar as ações do Sistema Único de Saúde (SUS), dividindo responsabilidades entre Estado e municípios.

Segundo Gilson Almada, coordenador do COE, uma das medidas é orientar a população sobre os riscos à saúde de exposição aos resíduos do petróleo cru. "Foi elaborada uma nota técnica orientando os profissionais de saúde sobre como atender as pessoas que tiverem contato com o óleo e também os cuidados de proteção individual que devem ser adotados por esses profissionais", afirmou.

Almada disse que cerca de 400 profissionais foram capacitados pela Defesa Civil, Marinha e Exército para a realização do recolhimento do óleo nas praias, caso seja necessário. Assim, segundo ele, não será necessário a ajuda voluntária da população, evitando risco de intoxicação por inalação, contato com a pele ou ingestão.

"Orientamos a população a não entrar em contato com o óleo. O Espírito Santo tem cerca de 400 profissionais capacitados para fazer o recolhimento desse material nas praias, por isso não há necessidade de voluntários", disse. Em caso de exposição ao óleo ou aparecimento de sintomas, a orientação do governo é contatar o Toxcen pelo telefone 0800 28 39 904 e procurar atendimento médico.

Veja também:

Lula deixa a prisão em Curitiba após decisão do STF:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade