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Inundações do Rio Amazonas ficam mais frequentes nos últimos 30 anos

Pesquisadores chilenos e britânicos analisaram registros diários e apontaram o aquecimento global como uma das causas

19 set 2018 - 19h14
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WASHINGTON - As inundações se tornaram mais frequentes e graves no Rio Amazonas nos últimos 30 anos, de acordo com um estudo realizado por cientistas chilenos e britânicos, que apontam o aquecimento global como uma das causas do fenômeno.

Os pesquisadores analisaram os registros diários do nível do leito do Amazonas feitos no porto da cidade de Manaus, capital do Estado que leva o nome do rio, um trabalho realizado há 113 anos.

Os dados mostram que enchentes acima de 29 metros, valor de referência para que as autoridades decretassem estado de emergência, ocorriam uma vez a cada 20 anos na primeira parte do século 20. Atualmente, esse tipo de inundação ocorre a cada quatro anos.

O estudo foi comandado pelo professor Jonathan Barichivich, da Universidade Austral do Chile, junto com Manuel Gloor, da Escola de Geografia da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

"O que realmente chama a atenção no histórico de registros é a gravidade e a frequência de inundações. Com poucas exceções, houve inundações extremas na bacia do Amazonas todos os anos entre 2009 e 2015", explicou Barichivich.

O aquecimento global é considerado pelos pesquisadores como uma das causas das inundações. Os cinturões de vento de média e alta latitudes no Hemisfério Sul têm se deslocado mais para o sul, o que abriu espaço para que as águas quentes do Oceano Índico sejam transportadas da ponta da África, através da Corrente das Agulhas, para o Atlântico Tropical.

Os cientistas indicam que as mudanças nos ciclos da água na Bacia do Amazonas tiveram sérias consequências para os moradores de Brasil, Peru e outros países da região. /EFE

Estadão
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