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Governadores da Amazônia pedem apoio da União para obter financiamento florestal internacional

Expectativa é de que o apoio federal traga mais credibilidade em relação aos mecanismos internacionais de financiamento

21 out 2021 - 17h23
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BRASÍLIA - Os governadores que compõem o "Consórcio da Amazônia Legal" pediram apoio ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) para que apoie a entrada do grupo na Coalizão Reduzindo Emissões pela Aceleração do Financiamento Florestal (Leaf, na sigla em inglês). A instituição americana sem fins lucrativos atua como uma coalizão global voluntária que reúne empresas e governos para fornecer financiamento voltados à conservação de florestas tropicais e subtropicais, baseada em metas voltadas ao enfrentamento da mudança climática.

Nesta quinta-feira, 21, em reunião do consórcio de governadores da Amazônia Legal com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o governador do Pará, Helder Barbalho, oficializou o pedido. A expectativa é de que o apoio federal traga mais credibilidade em relação aos mecanismos internacionais de financiamento.

No início do mês, os Estados da Amazônia Legal receberam a confirmação de aptidão para integrar a Leaf Coalition. "É estratégico demonstramos uma coalizão do Brasil na COP26. Não defendo qualquer tipo de iniciativa que estamos desassociados. Importante que possamos ter a capacidade de construir esse diálogo e o Ministério do Meio Ambiente deve ser o condutor deste processo. Estamos vivendo um momento especial com o encerramento do Fórum Mundial de Bioeconomia que foi realizado em Belém e é importante que estejamos fortalecidos", disse Barbalho.

Dados do Instituto Imazon mostram que o ritmo do desmatamento segue acelerado na Amazônia, que perdeu diariamente uma área de floresta maior do que 4 mil campos de futebol, apenas em setembro. Em todo o mês, foram devastados 1.224 km², o que corresponde ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro e é a pior marca para setembro em dez anos.

Esse foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década, de acordo com o instituto. Março, abril, maio, julho e agosto também registraram o pior desmatamento desde 2012. Com isso, o acumulado de janeiro a setembro deste ano chegou a 8.939 quilômetros quadrados, 39% a mais do que no mesmo período em 2020 e o pior índice em dez anos.

O desmatamento registrado em setembro foi apenas 1% superior do que o detectado no mesmo mês em 2020, quando a Amazônia também perdeu uma área expressiva de floresta: 1.218 km². No entanto, em comparação com 2019, a devastação em setembro deste ano é 53% maior. Já em relação à 2018, é quase três vezes superior.

"Esses dados mostram que o Brasil precisa apresentar ações mais efetivas para proteger a Amazônia na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26), que inicia no dia 31 de outubro em Glasgow, na Escócia", declarou o Imazon.

Estadão
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