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"Exploram petróleo e caçam baleia", diz ministro sobre Noruega

País responde por 94% das doações de R$ 3,4 bilhões para o Fundo Amazônia. Para Ricardo Salles, noruegueses têm passivos ambientais

7 ago 2019 - 16h34
(atualizado às 17h09)
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, desqualificou as cobranças que a Noruega tem feito às mudanças no Fundo Amazônia, principal programa do País de combate ao desmatamento. Em audiência no Senado, Salles disse que a Noruega, que responde por 94% das doações de R$ 3,4 bilhões para o fundo, possui passivos ambientais.

"A Noruega é o pais que explora petróleo no ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental", declarou o ministro ao comentar as negociações sobre o Fundo Amazônia.

Servidores do Ibama acusam ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de 'assédio moral coletivo'
Servidores do Ibama acusam ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de 'assédio moral coletivo'
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

O programa está parado desde que o governo declarou haver irregularidades na gestão do fundo, apesar de a Noruega e Alemanha terem afirmado que estavam satisfeitos com a gestão do programa, feita pelo BNDES, e com a seleção de seus projetos em andamento.

Os governo da Noruega e Alemanha ainda não se posicionaram oficialmente sobre o que será feito de suas doações atuais ou futuras para o Fundo Amazônia. Salles disse que sua proposta é criar um comitê executivo que passa a analisar e fiscalizar as ações do conselho consultivo do fundo. "Não estamos nos tornando, nem de longe, esse patinho feio que interesses comerciais e midiáticos têm dito", afirmou.

Mais cedo, Salles esteve em audiência na Câmara dos Deputados para tratar das questões ambientais. Houve bate-boca com parlamentares e Salles deixou a audiência escoltado pela polícia legislativa.

Nilton Tatto (PT-SP) comparou o ministro a um bandeirante, disse que era um ministro da Agricultura e um office boy de ações contra a preservação do meio ambiente. Salles reagiu, houve confusão com parlamentares da bancada ruralista e a sessão foi encerrada.

Inpe

No Senado, o ministro disse ainda que a exoneração de Ricardo Galvão do cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ocorreu porque o pesquisador teria divulgado informações midiáticas alarmistas. Segundo Salles, Galvão deixou o cargo porque "colocou lenha na fogueira", em vez de ter agido com "bom senso".

O governo tem declarado que os dados oficiais são equivocados, mas ainda não apresentou nenhuma proposta efetiva que aponte quais seriam, então, os dados que entende como corretos.

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