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Empresa que monitorou rastro do óleo diz não ter dúvida sobre navio grego suspeito

A HEX, empresa de tecnologias geoespaciais com sede em Brasília, apresentou nesta sexta-feira, 1, o relatório entregue à Polícia Federal com o monitoramento que identificou a origem da mancha de óleo e da embarcação no mar

1 nov 2019 - 23h31
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BRASÍLIA - A empresa que monitorou o rastro do óleo vazado no Nordeste brasileiro afirma não ter dúvidas de uma embarcação grega como a origem do petróleo que chegou à costa do País há dois meses. A Polícia Federal apontou o navio como "suspeito".

A HEX, empresa de tecnologias geoespaciais com sede em Brasília, apresentou nesta sexta-feira, 1, o relatório entregue à Polícia Federal com o monitoramento que identificou a origem da mancha de óleo e da embarcação no mar.

A empresa detectou somente o navio Bouboulina, de bandeira grega, no ponto e na data de origem do vazamento, a aproximadamente 700 quilômetros da costa entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba nos dias 28 e 29 de julho. A HEX descartou a presença de um "navio pirata", sem identificação oficial, na área durante esse período.

"Não existe margem de erro. Somente uma embarcação intersectou o polígono da mancha naquela data", afirmou o presidente da empresa, Leonardo Barros, em entrevista à imprensa.

O relatório foi entregue à Polícia Federal no dia 25 de outubro. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, as informações da empresa ajudaram a encontrar a origem do vazamento, mas também foram necessários um cruzamento de dados de outras fontes.

A HEX identificou uma mancha de óleo de 200 quilômetros de extensão na origem do vazamento. A empresa afirma ter iniciado o monitoramento por conta própria, a título de estudo, sem receber nenhuma remuneração do governo.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou Barros, recorreu à companhia para buscar informações após o início da pesquisa e solicitou que os dados fossem repassados para a PF.

O estudo foi feito com imagens e dados de satélites da Nasa (Agência Aeroespacial dos Estados Unidos), da ESA (Agência Espacial Europeia) e da Airbus Defence and Space, divisão de monitoramento da fabricante de aviões francesa.

Pelos dados dos satélites, afirmou o presidente da HEX, não é possível identificar se o vazamento foi intencional ou acidental. "Em hipótese alguma é possível, por meio das imagens de satélites ou desse trabalho que nós realizamos, identificar se foi acidente ou algo proposital", declarou. Essa investigação, disse Barros, teria de ser feita no local do "ponto zero" do vazamento e na própria embarcação.

Segundo a investigação, o mesmo navio ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, indicou a Marinha, devido a "incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar".

Estadão
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