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Pontes: Diretor do Inpe continua se dados forem confirmados

Órgão trocou de comando após números sobre desmatamento incomodarem governo

6 ago 2019 - 15h46
(atualizado às 16h42)
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BRASÍLIA E SÃO PAULO - O ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, afirmou nesta terça-feira, 6, que mantém no cargo o novo diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) mesmo se forem confirmados os dados produzidos pelo órgão sobre desmatamento.

"Claro (que segue no cargo), a ideia é trabalhar junto com Ministério do Meio Ambiente para criar melhores dados. A discussão tem de caminhar para reduzir o desmatamento", disse Pontes ao Estado.

Foto: Marco Miatelo / Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) considerou mentirosos dados divulgados pelo Inpe sobre o aumento do desmatamento da Amazônia. Na última sexta-feira, 2, ele exonerou Ricardo Galvão da chefia do órgão.

O coronel da reserva da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião foi escolhido nesta segunda-feira, 5, para assumir interinamente o comando do Inpe. O novo diretor efetivo só será escolhido por uma lista tríplice que será montada por comissão, segundo Pontes.

O chefe interino do Inpe disse ao Estado que dará "transparência total" aos dados sobre desmatamento no País. Ele apontou "teoria da conspiração" quando se sugere que informações sobre áreas que sofrem desmate podem ser censuradas.

Bolsonaro diz que maus brasileiros não podem divulgar 'números mentirosos'

Em São Paulo para participar do 29º Congresso & ExpoFenabrave, do setor automotivo, Bolsonaro rebateu novamente a divulgação de dados sobre desmatamento. O presidente afirmou que "maus brasileiros não podem divulgar números mentirosos" que atrapalham o Brasil no exterior, citando o acordo com o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que poderia ser prejudicado.

"É uma péssima propaganda para o Brasil lá fora, quando dados imprecisos são divulgados", disse, lembrando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao dizer que o Brasil tinha 30 milhões de crianças de rua, "fez uma péssima propaganda" do País.

Bolsonaro afirmou que, apesar de dizerem para que ele esquecer o ex-presidente, não consegue fazê-lo. "Eles também não esquecem o período da ditadura", completou.

Ele afirmou ainda que sentiu prazer em sentar para conversar com os presidentes da Alemanha, Angela Merkel, e da França, Emmanuel Mácron.

"Não posso dizer a vocês que prazer eu tive de conversar com Macron e Merkel. Eles não se deram conta de que Brasil está sob nova direção. Dá vontade de complementar com um palavrão", disse. "O Brasil está sob nova direção, poxa."

Ainda sobre o tema ambiental, Bolsonaro disse que o País tem "tudo para desenvolver essa região maravilhosa que é a Amazônia". E emendou que "se fosse rei de Roraima", em 20 anos o Estado teria economia próxima à do Japão. O presidente defende mineração e agropecuária no Estado, com mais flexibilidade em territórios indígenas.

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