Délhi começa a controlar poluição após adotar medidas de emergência
Os níveis de contaminação do ar em Nova Délhi baixaram drasticamente nesta segunda-feira, depois que o governo da capital indiana iniciou uma série de medidas de emergência para conter a poluição, que chegou a ultrapassar em até 20 vezes os limites recomendados.
A cidade amanheceu hoje novamente coberta por um espesso nevoeiro, um manto que há uma semana a cobre, depois que aconteceu a festividade de Diwali, realizada com o lançamento de foguetes e a explosão de bombinhas altamente poluentes. No entanto, os níveis de poluição desceram de forma significativa durante o dia com relação aos dias anteriores, segundo dados publicados pelo Ministério do Meio ambiente da Índia.
Os alarmantes dados sobre à qualidade do ar na cidade levaram o governo a ordenar ontem o fechamento dos colégios e a paralisação das atividades de construção e demolição até a próxima quarta-feira. Os moradores receberam a recomendação de não sair de casa, exceto se fosse "absolutamente" necessário, e regar as ruas para que diminuir as partículas em suspensão.
O problema em Délhi provocou um bate-boca político com os estados vizinhos de Haryana e Punjab, acusados de aumentar os níveis de poluição na capital.
O ministro do Meio ambiente indiano, Anil Madhav Dave, no entanto, atenuou e disse hoje que 80% da poluição da capital é feita nela mesma e apenas 20% é oriunda das queimadas de fora.
"Não devemos culpar uns aos outros. Agora, a prioridade é limpar o ar de contaminação para que as pessoas possam voltar a respirar", disse Dave, depois de se reunir com representantes de Haryana e Punjab.
O ministro de Turismo de Délhi, Kapil Mishra, por sua vez, pediu para a população compartilhasse através do site "Change.org" as propostas que tivesse para conter a poluição na capital do país. Em apenas uma hora, mais de 5 mil mensagens já tinham sido enviadas com sugestões como proibir a circulação de veículos a diesel, incentivar o uso da energia solar e fomentar a utilização das bicicleta.
A OMS considera que a concentração de partículas no ar acima de 150 por metros cúbicos gera prejuízo à população de risco, como idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias. Quando essa concentração supera os 200, o ar se torna "muito insalubre" e pode provocar danos na população em geral. De 300 em adiante o ar se torna "tóxico".