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Amazônia: fogo devasta mais que desmatamento, aponta estudo inédito

Estudo aponta as condições climáticas - e não o desflorestamento - como principal fator de risco na devastação da Floresta Amazônica

11 jun 2013 - 09h26
(atualizado às 09h33)
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<p>Pesquisadores mapearam pela primeira vez a frequência e extensão de incêndios ao longo de 3 milhões de quilômetros quadrados na região amazônica; imagem divulgada pela Nasa mostra frequência das chamas</p>
Pesquisadores mapearam pela primeira vez a frequência e extensão de incêndios ao longo de 3 milhões de quilômetros quadrados na região amazônica; imagem divulgada pela Nasa mostra frequência das chamas
Foto: Nasa / Divulgação

Cientistas da Nasa, a agência espacial americana, determinaram que um tipo de incêndio até então não mapeado na Floresta Amazônica é responsável pela destruição de uma área de mata muito maior do que a perdida através do processo de desflorestamento nos últimos anos. A constatação foi feita por meio de uma técnica considerada inovadora no uso de satélites e apresenta um outro lado para os dados apresentados pelo governo brasileiro indicando a redução do desmatamento nos últimos oito anos.

Na Amazônia, incêndios que atingem a área baixa da floresta, sob a copa das árvores, ficam normalmente escondidos da análise de satélites que detectam a frequência das chamas. Um novo método utilizado nesse levantamento levou agora à primeira estimativa dos danos causados por esse tipo de incêndio na região.

O estudo da Nasa revela que houve ocorrência de fogo generalizado sobre as fronteiras da floresta durante o período pesquisado, de 1999 a 2010. Incêndios recorrentes estão concentrados em áreas áreas nas quais existe uma confluência de condições climáticas adequadas para a propação do fogo.

"A Floresta Amazônica é bastante vulnerável ao fogo, dada a frequência de chamas que causam o desmatamento e o manejo da terra na fronteira da floresta, no entanto nunca soubemos a extensão regional ou a frequência desses incêndios", afirmou Doug Morton, o principal autor do estudo. A pesquisa foi publicada em 22 de abril na revista Philosophical Transactions of the Royal Society B.

Nos anos em que foi registrada a maior ocorrência de incêndios, como 2005, 2007 e 2010, a área de floresta afetada por esse fogo baixo foi diversas vezes maior do que a área de desflorestamento causada pela expansão da agricultura, informou Morton. O estudo vai além e aponta as condições climáticas - e não o desmatamento - como principal fator determinante do risco de incêndios na Amazônia.

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Fonte: Terra
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