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Reservas de oxigênio em Marte podem sustentar vida de micróbios e esponjas

Estudo concluiu que cerca de 6,5% de todo o planeta pode conter níveis do gás parecidos com os que permitem organismos na Terra

22 out 2018 - 17h11
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PASADENA - As águas salgadas situadas abaixo da superfície de Marte podem conter uma quantidade de oxigênio molecular suficiente para sustentar a vida de micróbios e esponjas, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira, 22, pela revista Nature.

A pesquisa, liderada pela Agência Espacial Americana (Nasa, na sigla em inglês) e pelo Instituto de Tecnologia de Pasadena, na Califórnia, lembra que há pouco oxigênio no planeta vermelho, ao contrário da Terra, onde a vida aeróbica evoluiu em paralelo com a fotossíntese para assim elevar os níveis de oxigênio.

Os autores explicam que o oxigênio em Marte só aparece em pequenas quantidades que são produzidas pela decomposição do dióxido de carbono provocada pela luz.

Como consequência, estudos anteriores tinham apontado que o oxigênio molecular presente nesse planeta não seria capaz de sustentar vida, mesmo as mais simples como, por exemplo, as esponjas.

O principal especialista à frente deste novo trabalho, Vlada Stamenkovic (Nasa), e colegas do Instituto de Pasadena calcularam que quantidade de oxigênio molecular poderia ser encontrada em dissolução em águas salgadas submetidas a várias pressões e temperaturas em diferentes regiões da superfície de Marte.

O estudo constatou que as concentrações de oxigênio molecular são particularmente altas nas regiões polares do planeta vermelho, enquanto em algumas dessas salmouras localizadas sob a superfície marciana podem conter O2 suficiente para sustentar vida aeróbica.

Concretamente, os especialistas calcularam que cerca de 6,5% de todo Marte, tanto abaixo como acima da superfície, pode conter níveis de oxigênio parecidos com os que permitem a vida na Terra.

A salinidade desses sistemas faz com que a água permaneça em estado líquido, inclusive quando a temperatura cai abaixo de 0ºC.

As conclusões do novo estudo também podem explicar como se formaram as rochas oxidadas detectadas nas explorações da superfície de Marte. /EFE

Estadão
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