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Quem é a poderosa mulher inteiramente tatuada que viveu há 1700 anos no Peru e teve rosto recriado

Cientistas 'leram' crânio de múmia encontrada há 12 anos com laser e recriaram face com impressora 3D; acredita-se que Senhora do Cao era uma importante figura em civilização que habitou região no noroeste do país séculos antes dos incas.

10 jul 2017 - 06h33
(atualizado às 09h34)
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Acredita-se que a Senhora do Cao tenha sido uma líder religiosa ou política da civilização moche
Acredita-se que a Senhora do Cao tenha sido uma líder religiosa ou política da civilização moche
Foto: BBC News Brasil

Seus restos mortais foram encontrados há 12 anos em meio às ruínas de uma pirâmide de ladrilhos de barro no norte do Peru.

Agora, pesquisadores revelaram, pela primeira vez, como era o rosto da mulher que obrigou historiadores a reformular o conhecimento sobre as estruturas de poder de uma antiga civilização local.

Até ela ser descoberta, os especialistas acreditavam que só homens haviam desfrutado de posições de poder na cultura moche, na era pré-colombiana, entre 100 e 700 d.C., que floresceu no vale de Chicama, no noroeste do Peru, séculos antes do incas.

Mas, a julgar pela tumba da Senhora do Cao, como a múmia é conhecida, ela foi uma mulher de grande poder e status social.

Seu corpo mumificado foi encontrado envolto em panos, ao lado de uma coroa e rodeado por objetos de ouro e cobre - e por armas, inclusive de guerra - na pirâmide de Huaca Cao Viejo, próximo à cidade de Trujillo.

Seus pés, pernas e rosto estavam cobertos com tatuagens de serpentes, aranhas, formas geométricas e desenhos abstratos.

É possível que ela tenha sido a mulher de um governante, mas a riqueza e os itens presentes em seu jazigo levaram os arqueólogos a crer que ela tenha sido uma líder religiosa ou política.

Múmia foi descoberta há 12 anos em meio às ruínas de uma pirâmide no norte do país
Múmia foi descoberta há 12 anos em meio às ruínas de uma pirâmide no norte do país
Foto: BBC News Brasil

Uma autópsia revelou que a Senhora do Cao tinha entre 20 e 30 anos de idade quando morreu, há 1.700 anos, provavelmente por causa de complicações no parto.

Seus traços faciais agora podem ser apreciados graças à uma análise com lasers de sua estrutura cranial e dos seus restos mortais.

Os dados da análise foram colocados em um computador forense para revelar as características da cabeça e do rosto. Para "preencher as lacunas" e determinar as cores da pele, dos olhos e dos cabelos, os especialistas usaram fotos de mulheres que hoje vivem na mesma região.

Por fim, uma reprodução foi confeccionada em fibra de vidro com o auxílio da tecnologia de impressão 3D.

O ministro da Cultura do Peru, Salvador de Solar, disse que a equipe de pesquisa identificou na mulher um rosto oval e maçãs faciais elevadas, características presentes ainda hoje em muitos cidadãos do país.

"Agora, uma combinação rara de passado e futuro nos permite ver como era o rosto dessa líder política, religiosa ou cultural de nossa história", disse Solar.

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