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Nicolelis: testes com pessoas com paralisia no Brasil são autorizados

Na segunda-feira, brasileiro disse que anunciaria "notícia histórica"

1 ago 2013 - 15h18
(atualizado às 15h27)
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O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis anunciou nesta quinta-feira que o projeto Andar de Novo (Walk Again) recebeu a última autorização necessária para começar os testes com exoesqueleto robótico no Brasil. "Primeiro projeto envolvendo uso de sinais neurobiológicos para controlar e 'sentir' desempenho de exoesqueleto robótico em pacientes sofrendo de paralisia corporal severa será implementado no Brasil. The Moon got closer today (a Lua se aproximou hoje, em inglês, comparando ao feito dos primeiros homens que chegaram à Lua)", disse o pesquisador em sua página no Facebook.

Desde que Nicolelis anunciou que faria um paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo do Brasil, em junho de 2014, usando uma veste robótica controlada pelo cérebro, o mundo inteiro passou a acompanhar de perto as pesquisas feitas nos Estados Unidos, onde o brasileiro trabalha - na Universidade Duke. 

O projeto Walk Again (Andar de novo, em tradução livre) explora as possibilidades da interação cérebro-máquina para superação de deficiências motoras. Depois de experimentos bem-sucedidos com macacos e avanços nos registros das atividades neuronais, o consórcio internacional responsável pelo projeto se reuniu no começo deste ano para anunciar as etapas seguintes, envolvendo testes em humanos.

<p>Miguel Nicolelis fala sobre o projeto Walk Again</p>
Miguel Nicolelis fala sobre o projeto Walk Again
Foto: Reprodução

A ideia é que os passos sejam controlados por sinais originários do cérebro, que seriam transmitidos de uma unidade do tamanho de um laptop em uma mochila carregada pela pessoa. O computador ainda traduziria sinais elétricos cerebrais, sendo que o exoesqueleto estabilizaria o peso do corpo e induziria as pernas robóticas do deficiente físico para coordenar os movimentos necessários.

"Isso será o começo de uma indústria neurotecnológica. Paralisia, epilepsia, milhões de pessoas serão beneficiadas. Pessoas da área de comunicação, de eletrônica. A intenção é semear a indústria no Brasil. Não é só o projeto da Copa - é o Brasil participar da criação dessa indústria de neurotecnologia. Já existem várias empresas que lidam com essa tecnologia. As grandes empresas estão abrindo e criando suas divisões, como Google, Microsoft e Texas Instruments", ressaltou Nicolelis em entrevista ao Terra publicada em fevereiro deste ano.

Fonte: Terra
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