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Estudos conseguem evitar efeito colateral de tratamento contra câncer

Pesquisadores identificaram causas e diminuíram surgimento de feridas na pele causadas por droga contra tumores

21 ago 2013 - 15h04
(atualizado às 15h07)
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Estudos divulgados nesta quarta-feira conseguiram identificar e tratar um dos efeitos colaterais mais severos de um tipo de tratamento contra o câncer. Medicamentos que inibem uma molécula chamada de receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR, na sigla em inglês) são usados contra tumores de pulmão, cólon e outros, mas levam ao surgimento de erupções na pele. Contudo, as novas pesquisas, publicadas na Science Translational Magazine, descobriram como evitar isso.

Segundo os médicos, essas erupções, além do problema psicossocial, são caras para serem tratadas e levam a coceiras, dor e infecções, o que geralmente resulta em ajuste da dose do medicamento contra câncer. Por outro lado, há uma correlação entre a quantidade de ferimentos e a resposta ao tratamento. Em outras palavras, quanto mais feridas, melhor o tratamento está indo. A reação adversa ocorre em mais de 70% dos pacientes.

Em um dos estudos, realizado no Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, em Bethesda (Maryland), os cientistas descobriram que o EGFR controla diversos componentes químicos da pele que são responsáveis por ativar o sistema imunológico. Sem o receptor, essas substâncias ficam "livres" e atraem a presença de células imunológicas chamadas macrófagos, e são estas que causam as lesões na pele. Os pesquisadores então bloquearam a chegada de macrófagos na pele de ratos e as erupções diminuíram significativamente.

A outra pesquisa - das universidades Médica de Viena, de Düsseldorf e Schleswig-Holstein (em Kiel, também na Alemanha) - mostra que o problema ocorre quando o bloqueio do EGFR acontece em um tipo particular de célula, chamada de queratinócito. Juntos, os estudos indicam que tratamentos que têm como alvo os macrófagos e os queratinócitos podem evitar o efeito colateral e até permitir o uso de doses mais intensas desses medicamentos.

"Estes estudos podem ajudar a desenvolver terapias coadjuvantes para prevenir as reações adversas de pele, enquanto permitem que os inibidores de EGFR matem os cânceres efetivamente", dizem Mario E. Lacouture e Ulrich Rodeck, do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering (Nova York) e da Universidade Thomas Jefferson (Filadélfia), respectivamente, ambos sem ligação com as pesquisas.

Fonte: Terra
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