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Cientistas afirmam ter achado energia que deu origem à vida

13 jun 2010 - 09h44
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Uma pesquisa da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e de Nova York, nos Estados Unidos, afirma que um elemento chamado de pirofosfito pode ter sido a fonte de energia que possibilitou o aparecimento da vida na Terra. A diferença nesta forma de energia é que ela não precisaria de enzimas para ser transportada, como hoje é feito nas demais formas de vida. As informações são do Live Science.

Um embrião de Caenorhabditis elegans (nematoide) se divide em quatro células. De verde, é destacado o DNA do embrião. Para todas as formas de vida, são necessárias moléculas que transportam energia, chamadas de ATP. Contudo, os cientistas tentam descobrir como a primeira forma de vida conseguia energia antes da ATP
Um embrião de Caenorhabditis elegans (nematoide) se divide em quatro células. De verde, é destacado o DNA do embrião. Para todas as formas de vida, são necessárias moléculas que transportam energia, chamadas de ATP. Contudo, os cientistas tentam descobrir como a primeira forma de vida conseguia energia antes da ATP
Foto: Universidade de Harvard / Divulgação

Da menor bactéria ao complexo corpo humano, todos os seres vivos precisam de moléculas que transportam energia, chamadas de ATP. Ela é capaz de estocar energia de uma maneira que a matéria orgânica possa utilizar. "Você precisa de enzimas para fazer ATP, e você precisa de ATP para fazer enzimas", diz o pesquisador Terence Kee, da Universidade de Leeds.

"A questão é: de onde veio a energia antes de essas duas coisas existirem? Nós pensamos que a resposta está em moléculas simples, como o pirofosfito, que é quimicamente muito similar à ATP, mas tem potencial de transferir energia sem enzimas", diz o pesquisador.

Teorias anteriores acreditavam que o pirofosfato era um predecessor para o mais complexo porém mais eficiente ATP. O pirofosfito, por outro lado, é um elemento mais difícil de ser encontrado. "Até na minha busca no Google, eu recebo a pergunta: 'você não quis dizer pirofosfato?'", afirma o pesquisador Robert Shapiro, da Universidade de Nova York.

A molécula de fosfato é composta de quatro átomos de oxigênio com um átomo central de fósforo e está presente em todas as células vivas. Quando dois fosfatos se combinam e perdem uma molécula de água, eles formam pirofosfato, o que torna esse elemento mais abundante. Contudo, os pesquisadores afirmam que isso "não responde a algumas perguntas (sobre a fonte de energia da primeira forma de vida)". A diferença entre os dois é que o pirofosfito tem átomos de hidrogênio no lugar de alguns de oxigênio.

Segundo Kee, há dois problemas principais com o pirofosfato: ele não pode ser encontrado em grande quantidade em registros geológicos minerais e ele não funciona bem sem catalisadores (que não são encontrados ao seu redor). Ainda de acordo com a pesquisa, o pirofosfito é "relativamente simples de ser preparado a partir de minerais que se sabe existir em meteoritos". Apesar de sua fácil produção, o elemento é raro, existem apenas três tipos de minerais de pirofosfito, enquanto há diversos de pirofosfato.

O pesquisador diz ainda que as capacidades dos pirofosfitos são bem conhecidas, o que torna estranho não ter existido ainda uma teoria sobre seu envolvimento com o surgimento da vida. "Eu suspeito que isso tenha ocorrido porque ninguém considerou a necessidade disso (do pirofosfito) ou que ele seria acessível pré-bioticamente", diz o pesquisador. Shapiro afirma que, interessantemente, as máquinas que produzem DNA artificial para experimentos geralmente utilizam pirofosfito no processo.

Fonte: Redação Terra
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