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OMS criará comissão sobre técnica de modificação de DNA

Método criado por chinês será alvo de pesquisas

4 dez 2018 - 16h17
(atualizado às 17h39)
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, anunciou nesta terça-feira (4) que a entidade está criando um painel de especialistas para estudar a técnica de edição de material genético chamada Crispr, que permitiu que o pesquisador chinês He Jiankui mudasse características de dois bebês.

He diz ter criado embriões resistentes à Aids.
He diz ter criado embriões resistentes à Aids.
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Essas são águas desconhecidas. Trabalharemos com os estados-membros [da OMS] para fazer tudo quanto for necessário para estudar os aspectos éticos, sociais, de segurança, antes que se faça qualquer manipulação", afirmou o especialista.

"A técnica pode ter consequências não desejadas e não deve ser utilizada sem limites claros", acrescentou. "Estamos falando de seres humanos, devemos ter muito cuidado e o grupo de trabalho abordará o problema com abertura e transparência. Eles vão começar do zero e controlar tudo", disse Ghebreyesus. He diz ter criado uma técnica de engenharia genética que reescreve o DNA do embrião para permitir que ele seja resistente à Aids. Gêmeas que teriam sido submetidas a esse procedimento vieram à luz no mês passado, e uma segunda gravidez está em curso.

O anúncio do nascimento das gêmeas geneticamente modificadas suscitou protestos na comunidade científica, inclusive na própria China, onde mais de 120 pesquisadores assinaram uma carta chamando a técnica de "loucura". A Comissão Nacional de Saúde abriu um inquérito para apurar o caso.

A pesquisa de He, no entanto, ainda não foi publicada em nenhum periódico científico e não pôde ser comprovada de forma independente.

Ansa - Brasil   
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