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O que são os estranhos clarões vistos na Terra a partir do espaço

Fenômeno, que há anos é registrado por satélites, foi desvendado em recente estudo científico.

25 mai 2017 - 11h31
(atualizado às 12h23)
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No centro do círculo observa-se um dos curiosos clarões investigados pelos cientistas
No centro do círculo observa-se um dos curiosos clarões investigados pelos cientistas
Foto: Nasa

A partir do espaço, a milhões de quilômetros da Terra, satélites há anos registram curiosos flashes brilhantes de luz, observados tanto sobre áreas de terra quanto sobre oceanos.

Mas o que são esses clarões e por que se formam? Essas perguntas foram respondidas por recentes estudos da Nasa, a agência espacial americana.

"Esses lampejos de luz provêm de cristais de gelo", explica Alexander Marshak, pesquisador do Centro Espacial Goddard da Nasa e autor de um estudo recém-publicado sobre o assunto no periódico Geophysical Research Letters.

Quando os minúsculos cristais de gelo que flutuam quase horizontalmente nas nuvens de grande altitude, refletem a luz do sol, explica Marshak.

A descoberta resulta da análise de dados coletados por um ano sobre latitudes dos clarões, dos ângulos de observação e da absorção de oxigênio.

Posição exata

Esses lampejos já haviam chamado a atenção do astrônomo e cientista Carl Sagan, em 1993.

Analisando as imagens captadas pela sonda Galileo, que rumava a Júpiter, Sagan concluiu inicialmente que se tratavam de reflexos criados pela superfície do mar.

Carl Sagan
Carl Sagan
Foto: BBC News Brasil

Mas Marshak, agora, trabalhou com mais imagens da Terra, obtidas pelo satélite Dscovr (sigla em inglês para Deep Space Climate Observatory), lançado em 2015 para estudar tanto a Terra como o Sol.

As imagens do Dscovr mostraram mais de 860 clarões, todos em determinadas latitudes do planeta.

Isso permitiu aos cientistas concluir que sua visualização dependia do ângulo criado entre o Sol, a Terra e o satélite.

Nuvens do tipo cirrus
Nuvens do tipo cirrus
Foto: BBC News Brasil

Uma nova medição permitiu determinar que os lampejos coincidiam com a localização de nuvens chamadas cirrus, que são finas, brancas, estão a mais de 5 km de altitude e são formadas por microcristais de gelo.

E, quando a equipe da Nasa voltou a analisar as imagens feitas pela Galileo, comprovou que os clarões também apareciam sobre áreas de terra, a despeito do que havia concluído Sagan anteriormente.

Portanto, segundo Marshak, são os cristais, quando posicionados horizontalmente, que geram os flashes de luz.

As conclusões não apenas resolvem um mistério de muitos anos como também abrem novas possibilidades de investigação.

Os instrumentos de satélites como o Dscovr, diz Marshak, podem ajudar nas buscas por lampejos de água na atmosfera de exoplanetas, que sinalizaria a existência de vida nesses locais.

O satélite Dscovr identificou centenas de lampejos no intervalo de um ano
O satélite Dscovr identificou centenas de lampejos no intervalo de um ano
Foto: Nasa

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