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Mudança climática ameaça Himalaia

Estudo indica ritmo mais veloz de derretimento das geleiras; Groenlândia tem degelo atípico

20 jun 2019 - 03h11
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RIO - O aquecimento global tem ameaçado em escala preocupante as geleiras do Himalaia - mais alta cadeia de montanhas do planeta, onde fica o Everest -, alerta novo estudo publicado na revista Science Advances. Desde o início do século, as geleiras têm perdido quase meio metro de gelo ao ano - o dobro do derretimento de 1975 a 2000.

O trabalho e de cientistas da Universidade de Columbia (EUA). Se estendendo por dois mil quilômetros e concentrando 600 bilhões de toneladas de gelo, o Himalaia é muitas vezes chamado de terceiro pólo.

As geleiras desse conjunto de montanhas respondem pelo abastecimento de água de cerca de 800 milhões de pessoas. Nos últimos anos, revela o estudo, as geleiras perderam 8 bilhões de toneladas de água anualmente - o equivalente a 3,2 mil piscinas olímpicas.

Tamanha perda já ameaça o abastecimento em toda a Ásia, onde a água de geleiras é usada não só para beber, mas também para a irrigação e a geração de energia. Há ainda risco mais imediato de inundações, segundo explicou o principal autor do estudo, Joshua Maurer.

"Conforme o gelo derrete, se formam enormes lagos que já estão afetando as comunidades locais", disse o pesquisador. "Se entrarem em colapso, podem causar inundações graves, com consequências severas para as comunidades."

Os cientistas revisaram 40 anos de observações via satélite em Índia, China, Nepal e Butão. O grupo constatou a rápida retração das geleiras desde 2000 em razão de um aumento médio de temperatura de 1°C na região.

"Esse é um dos retratos mais claros da situação vistos até agora sobre a rapidez da cobertura de gelo do Himalaia", afirmou Joshua Maurer à rede de TV americana CNN. "O aquecimento da atmosfera parece, realmente, ser a principal razão para a perda de gelo."

Groenlândia

Na última semana, a imagem de um trenó de gelo, puxado por cães no meio da água se espalhou pelas redes sociais e também se tornou um símbolo dos efeitos do aquecimento global. Segundo o cientista do Instituto de Meteorologia da Dinamarca Steffen Olsen, que fez a foto no dia 13, nesta época do ano a região ainda estaria completamente coberta de gelo. No Twitter, Olsen lembrou que as comunidades da região dependem do gelo "para transporte, caça e pesca".

De acordo com cientistas, a Groenlândia perdeu 40% de sua cobertura de gelo em apenas um dia - movimento atípico para esta época do ano. Normalmente, a maior parte do degelo sazonal na região costuma ser no mês de julho.

Estadão
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