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Missão espacial mira Mercúrio, o planeta mais perto do Sol

Nave BepiColombo terá objetivo de levar duas sondas para o pouco explorado astro; jornada custará US$ 1,5 bilhão

19 out 2018 - 09h23
(atualizado em 20/10/2018 às 00h11)
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SÃO PAULO - Mercúrio, um dos planetas menos explorados do sistema solar, é o desafio da mais nova missão espacial. A nave BepiColombo, que terá o objetivo de levar duas sondas até a superfície do planeta mais próximo do Sol, foi lançada pontualmente às 22h45 (horário de Brasília) desta sexta-feira, 19, da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa. O lançamento foi transmitido ao vivo pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e acompanhado em todo o mundo.

A jornada, que custará US$ 1,5 bilhão, será longa. Responsáveis pela missão, as agências espaciais da Europa e do Japão estimam que a nave alcançará Mercúrio somente daqui a sete anos, em dezembro de 2025. Para conseguir o feito, a nave BepiColombo terá de superar alguns desafios. As temperaturas extremas de Mercúrio, a intensa atração gravitacional do Sol e a radiação solar tornam difícil o trajeto.

Por isso, a missão terá um percurso peculiar até seu destino final. Até estacionar em Mercúrio, terá de dar nove voltas planetárias completas: uma ao redor da Terra, duas em volta de Vênus e seis ao redor de Mercúrio, de modo que ela possa desacelerar o suficiente antes de chegar ao planeta de destino.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), serão percorridos 9 bilhões de quilômetros. "Mercúrio é um planeta de extremos e chegar até lá requer algumas técnicas igualmente extremas, soluções de navegação e experiência em operações", declarou Paolo Ferri, chefe de operações da missão do Centro Europeu de Operações Espaciais, em comunicado divulgado nesta semana pela ESA.

As primeiras horas de voo e os primeiros dias no espaço serão os períodos mais críticos da missão, de acordo com os especialistas.

Velocidade

A nave, que será lançada por meio do foguete Ariane 5, viajará a uma velocidade de 60 quilômetros por segundo. Quando chegar a Mercúrio, a BepiColombo lançará as sondas Bepi e Mio para investigar de maneira independente a superfície e o campo magnético do planeta.

Elas estão equipadas com isolamento especial para lidar com as variações de temperatura - de 430ºC no lado de frente para o Sol e de -180ºC na sombra do planeta.

A BepiColombo é a terceira missão a ser enviada a Mercúrio. Cientistas esperam aprimorar as informações obtidas pela sonda Messenger, da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), que encerrou sua missão em 2015, depois de ficar quatro anos na órbita de Mercúrio. A primeira espaçonave a visitar o planeta foi a Mariner 10, também da Nasa, que voou pelo planeta em meados da década de 1970.

Mercúrio, que é ligeiramente maior que a Lua da Terra, tem um núcleo de ferro maciço sobre o qual pouco se conhece. Pesquisadores esperam também aprender mais sobre a formação do sistema solar com base nos dados obtidos pela BepiColombo.

Esta é a segunda cooperação mais recente entre europeus e a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa). Recentemente, a sonda Hayabusa2, da Jaxa, lançou um robô alemão-francês sobre o asteroide Ryugu. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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