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Melanoma: tudo o que você precisa saber sobre a doença

Oncologista esclarece as principais dúvidas sobre o melanoma, neoplasia que representa 3% dos casos de câncer de pele no Brasil

22 jun 2022 - 08h00
(atualizado às 09h31)
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Melanoma
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Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Apesar de raro, o melanoma é o tipo de câncer de pele mais agressivo, principalmente se não tratado precocemente. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil registra mais de 185 mil casos anuais de câncer de pele. O melanoma é responsável por 3% desse total.

Devido sua alta capacidade de metástase (disseminação da doença para outros órgãos), é imprescindível estar atento aos primeiros alertas da doença. A  principal manifestação inicial é o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares. 

A oncologista Dra. Sheila Ferreira destaca a importância de analisar também outros fatores. "A pinta ou sinal possui tons acastanhados e, apesar de aparecer com mais frequência nas áreas expostas ao Sol, pode surgir em qualquer parte do corpo, inclusive nas mucosas. Na pele negra, por exemplo, elas podem aparecer comumente nas palmas das mãos e plantas dos pés", explica. 

Surgimento e fatores de risco

Como informa a especialista, o melanoma tem origem nas células que produzem a melanina (os melanócitos), responsáveis por determinar a cor da pele. "Devido a exposição prolongada aos raios solares ultravioletas e também às câmaras de bronzeamento artificial, as células passam a se reproduzir descontroladamente. Contudo, quanto antes for diagnosticado, maiores são as chances de sucesso no tratamento ", alerta a oncologista. 

Os principais fatores de risco para o surgimento do melanoma são:

  • Uso de câmeras de bronzeamento artificial;
  • Pele e olhos claros
  • Exposição excessiva e prolongada ao sol;
  • Histórico familiar ou pessoal de câncer de pele

Como diagnosticar o melanoma precocemente

A investigação do melanoma deve começar quando surgem pintas ou sinais escuros e de bordas irregulares, que podem aumentar conforme o tempo, ou ainda provocar coceira e descamação no local. "As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o que qualificamos como ABCDE - Assimetria, Bordas irregulares, Cor e Diâmetro e Evolução", explica a Dra. Sheila.

  • Assimetria: quando metade da lesão é diferente da outra parte.
  • Bordas: se a pinta, sinal ou mancha apresenta um contorno irregular.
  • Cor: quando a lesão possui cores diferentes, podendo ser entre vermelho,  marrom e preto.
  • Diâmetro: caso a lesão apresente um diâmetro maior do que 6 mm.
  • Evolução: mudanças nas características da lesão ao longo do tempo (tamanho,  forma, cor).

O diagnóstico precoce do câncer de pele melanoma pode ser realizado a partir de exames clínicos, endoscópicos ou radiológicos. "Através da identificação antecipada, a chance de cura pode chegar a 90%. Apesar de nem sempre manchas ou pintas serem de fato câncer de pele, é fundamental procurar por um especialista para o diagnóstico correto", comenta a oncologista.

"Trazer informações sobre o assunto é fundamental para que cada vez mais pessoas conheçam  os sinais do seu próprio corpo e consigam identificar alguma anormalidade da pele", afirma a média. A especialista também destaca a importância do uso diário de proteção solar.

"A boa notícia é que, atualmente, temos diversas opções de tratamento e que as  chances de cura aumentam muito quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais, daí a importância de procurar precocemente auxílio médico na identificação de uma lesão suspeita",  ressalta.

Estágios do melanoma

De acordo com a oncologista, é fundamental analisar qual a extensão da neoplasia após o diagnóstico. "O câncer de pele melanoma pode ser classificado em estágios (I a IV), sendo I o mais precoce e IV quando há acometimento de órgãos à distância, o que denominamos metástases", explica a Dra. Sheila.

De modo simplificado, nos estágios I e II a espessura do tumor é variável e, neste caso, não há acometimento de gânglios/ linfonodos, nem de outros órgãos. Já no estágio III, além da pele, as células do melanoma são encontradas nos gânglios, mas não em outros órgãos. E no estágio IV, por fim, há acometimento de outros órgãos à distância (como o pulmão, o fígado e o cérebro).

Para definição do tratamento, além do estadiamento, o oncologista deve avaliar também fatores como sintomas, estado geral do paciente, presença de outras doenças concomitantes, exames laboratoriais e localização do tumor, entre outros.

Tratamento

Quando a doença é diagnosticada em fases iniciais, o único tratamento necessário é a cirurgia. Nos casos de doenças localmente avançadas, quando há comprometimento dos gânglios e linfonodos, pode ser necessário algum tipo de tratamento complementar para reduzir a chance de a doença retornar no futuro.

Para os estágios mais avançados, a terapia alvo, ou imunoterapia são os tratamentos de escolha, pois vão atuar em todas as células, independentemente da localização. "Porém, vale lembrar que cada caso é um caso e, atualmente, temos diversas opções de tratamento. A avaliação cautelosa e individualizada feita pelo oncologista que acompanha o paciente é necessária para determinar a melhor terapia para cada pessoa", afirma a oncologista.

É possível prevenir

A especialista indica que a melhor maneira de prevenir o câncer de pele melanoma é evitando a exposição ao sol das 10h às 16h, quando os raios estão mais intensos. "Outra maneira de evitar a situação é procurar lugares com sombra, investir no protetor solar, usar roupas com proteção UV, bonés, óculos de sol e protetor próprio para os lábios", orienta Sheila Ferreira. 

A oncologista reforça ainda que o uso do protetor solar deve ser feito até mesmo nos dias nublados, cerca de 15 minutos antes de sair de casa. "É importante que o protetor solar tenha, pelo menos, 30 FPS. Reaplique a cada duas horas ou ainda depois de nadar ou suar", afirma. 

A Dra. Sheila finaliza destacando a importância de se evitar câmaras de bronzeamento artificial. "Vale lembrar que elas estão proibidas no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009", conclui.

Fonte: Dra. Sheila Ferreira, oncologista.

Saúde em Dia
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