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Sonda Cassini entra nos anéis de Saturno, a última fase de sua missão

26 abr 2017 - 13h30
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A sonda espacial Cassini, da Nasa, mergulhará nesta quarta-feira nos anéis de Saturno, a última fase de sua missão que deve terminar em 15 de setembro, quando deverá ser destruída ao entrar diretamente na atmosfera do planeta.

A Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), que realiza esta missão que começou em 1997 em conjunto com a NASA, explicou em um comunicado que assim que a Cassini cruzar o primeiro plano dos anéis de Saturno, se introduzirá entre eles e o planeta.

Esta manobra acontece depois que Cassini passou pela última lua de Saturno no dia 22 e atingiu a gravidade do planeta, para encerrar sua missão com a execução de 22 órbitas em torno do corpo celeste.

A ESA enfatizou que, com as "repetidas imersões nesta região inexplorada", será concluída uma missão durante a qual foram "recolhidos dados sem precedentes para responder a questões fundamentais sobre a origem de Saturno e seu sistema de anéis".

Após a decolagem em 1997, Cassini viajou pelo Sistema Solar durante sete anos até chegar a esse planeta em julho de 2004, e, meses depois, se soltou da sonda europeia Huygens, que aterrissou no satélite natural de Saturno chamado Titã em 14 de janeiro do ano seguinte.

A combinação dos dados recolhidos por Huygens sobre o terreno e pela sonda em seus voos permitiu colocar em evidência os processos atmosféricos desta lua, bem como sua evolução estacional, mas também a morfologia de sua superfície e sua estrutura interna, que poderia incluir um oceano de água em estado líquido.

Em seus 13 anos de missão por Saturno, Cassini passou por quase metade da órbita do planeta, que leva 29 anos para dar uma volta em torno do Sol, e, nesse percurso, foi testemunha de duas estações em Titã, o que - segundo a ESA - pode oferecer informações sobre o passado e o futuro da Terra.

Como resta pouco combustível, seu fim foi programado com uma mudança de trajetória que a conduzirá em 15 de setembro a sua desintegração, cumprindo requisitos de "proteção planetária" e evitando uma potencial contaminação das luas de Saturno, "que poderiam hospedar condições aptas para a vida".

Nesta última fase aberta hoje, Cassini proporcionará dados científicos que não tinha recolhido, já que até agora não havia se aventurado na zona existente entre o planeta e seus satélites.

Concretamente, a sonda medirá o campo gravitacional de Saturno a somente 3 mil quilômetros de suas camadas superiores de nuvens, o que contribuirá para melhorar os modelos atuais de sua estrutura interna e dos ventos de sua atmosfera.

Os cientistas esperam desvendar a gravidade do planeta a partir da minúscula atração que exercem os anéis na sonda. Isso tornará possível calcular a massa total destes anéis "com uma precisão inédita", sempre de acordo com a ESA.

Um estudo que analisa a poeira cósmica estudará a composição das partículas em distintas partes do sistema de anéis, enquanto o Espectrômetro de Volumes, Íons e Partículas Neutras estudará as camadas superiores da atmosfera de Saturno.

Trata-se de analisar as moléculas que escapam da atmosfera e as moléculas de água procedente dos anéis.

As estações que a ESA tem na Argentina e na Austrália ajudarão a receber os dados científicos através de ondas de rádio.

EFE   
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