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Cometa distante 'transpira' dois copos d'água por segundo

30 jun 2014 - 18h32
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Uma medição sem precedentes de um cometa detectado no espaço revelou que o corpo congelado perde dois copos pequenos d'água por segundo, informou nesta segunda-feira a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

A sonda Rosetta, da ESA, fez as medições em 6 de junho, quando direcionou seu sensor de micro-ondas na direção do Cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko, onde pousará um módulo em agosto, depois de uma jornada espacial de dez anos.

As pesquisas revelaram que o cometa perdeu 300 mililitros de vapor d'água por segundo, mesmo que ainda orbite a 583 milhões de quilômetros do sol.

A medição é um feito técnico, realizado quando a sonda ainda estava a 350.000 km do cometa.

Ela também indica que o sol começa a ter um impacto visível nos cometas mesmo quando estes nômades espaciais ainda estejam a grande distância, destacou a ESA em um comunicado de imprensa.

"Sempre soubemos que veríamos vapor d'água saindo do cometa, mas ficamos surpresos ao descobri-lo tão cedo", disse Sam Gulkis, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, encarregado do instrumento de micro-ondas MIRO, da sonda Rosetta.

"Nesta proporção, o cometa preencheria uma piscina olímpica em cerca de 100 dias. Mas, à medida que se aproxima do sol, a taxa de produção aumentará significativamente", concluiu.

Os cometas fazem trajetos elípticos ao redor do sol, liberando espetaculares caudas de gás, poeira e água congelada, à medida que a estrela faz com que o gelo superficial evapore.

Essas caudas, iluminadas pela luz do sol, são o que fazem dos cometas corpos celestes tão espetaculares vistos da Terra.

Lançada em 2004, a sonda Rosetta é desenhada para encontrar o "67P" em agosto e segui-lo em sua jornada ao redor do sol.

Em novembro, ela enviará um módulo de pouso do tamanho de uma geladeira e pesando 100 quilos, que se acoplará à superfície do cometa para realizar experimentos científicos.

Nesta segunda-feira, segundo a ESA, a nave estava a 72.000 km de seu destino.

Serão necessárias seis manobras ao longo das próximas semanas para garantir que se aproxime até 100 km da rocha, em 6 de agosto.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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