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Eclipse lunar parcial mais longo em 580 anos vai ser visto do Brasil nesta sexta

Fenômeno acontece na madrugada desta sexta-feira, 19, a partir das 4h19 no horário de Brasília. No auge, 97% da superfície da lua vai estar coberta pela sombra da Terra e ganhará uma aparência avermelhada

18 nov 2021 - 16h17
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O eclipse lunar parcial mais longo dos últimos 580 anos vai ocorrer na madrugada desta sexta-feira, 19, e pode ser visto do Brasil. O fenômeno começa por volta das 4h19 no horário de Brasília e deve durar pouco mais de três horas. No País, o melhor momento para o observar o eclipse é no horário inicial, segundo o astrofísico Roberto Costa, do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP).

Os melhores lugares para assistir o eclipse são locais altos ou com horizonte livre. A lua estará no lado oeste do céu - ou seja, no mesmo lugar onde o sol se põe. "Quem conseguir ver a lua no momento em que ela estiver se pondo, vai ser possível ver a cor avermelhada que a lua adquire nos eclipses", afirmou Roberto Costa.

A visibilidade também vai ser maior nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, já que o fenômeno vai ser mais intenso quando a lua estiver se pondo. Em lugares com condições meteorológicas desfavoráveis não deve ser possível enxergá-la. É o caso de São Paulo, que estará com uma frente fria durante a madrugada desta sexta.

Além disso, uma hora antes do eclipse iniciar de fato, a lua entra na parte externa da sombra da Terra e escurece, ainda que de forma sutil.

No auge do eclipse, 97% da superfície da lua vai estar coberta pela sombra da Terra e ganhará uma aparência avermelhada. A previsão é que isso aconteça às 6h, mas, como o satélite já estará abaixo do horizonte no Brasil, não será mais possível vê-la. A última vez que houve um eclipse parcial tão longo foi em 18 de fevereiro de 1440, segundo a National Aeronautics and Space Administration (Nasa).

Entenda o fenômeno

Um eclipse lunar ocorre quando o sol, a Terra e a lua se alinham de forma que o planeta esteja entre os dois astros. Quando isso acontece, a lua fica coberta pela sombra da Terra e adquire uma coloração avermelhada.

A cor vermelha acontece graças ao fenômeno da Dispersão de Rayleigh, que é o mesmo que explica "por que o céu azul e o pôr do sol vermelho", segundo a Nasa. "Durante um eclipse lunar, a lua fica vermelha porque a única luz solar que atinge a lua passa pela atmosfera da Terra. Quanto mais poeira ou nuvens na atmosfera da Terra durante o eclipse, mais vermelha a lua aparecerá. É como se todos os amanheceres e entardeceres do mundo fossem projetados na lua", informa a agência em seu site.

O eclipse desta sexta-feira é considerado parcial porque nem toda a superfície da lua estará coberta pela sombra da Terra. Esse fenômeno é mais comum que o eclipse lunar total, quando o satélite inteiro fica coberto pela sombra do planeta, chamada umbra. O último total ocorreu no dia 26 de maio deste ano, mas não foi possível observá-lo do Brasil.

Ao contrário dos eclipses solares, os lunares são seguros para serem observados a olho nu e podem ser vistos sem proteção ocular especial.

Prova de que a Terra é redonda

Segundo o astrofísico Roberto Costa, da USP, eclipses como este da sexta-feira, que acontecem quando a lua está perto de se pôr, são considerados desde a Grécia Antiga evidências de que o formato da Terra é redondo.

No argumento dos gregos, se a Terra fosse plana e o eclipse ocorresse com a lua próximo ao horizonte oeste, a sombra projetada no satélite não teria o formato de um disco, mas de uma barra. Isso acontece porque o Sol, no momento em que lua se põe, está do lado oposto da Terra. "Esse é um argumento irrefutável, que é uma prova até hoje", disse Roberto Costa.

O eclipse, tanto o lunar quanto o solar, é um fenômeno comum. Eles acontecem anualmente e são facilmente previstos pelos astrônomos. Mas, por serem observáveis no céu, eles costumam despertar a curiosidade científica nas pessoas. "Pelo fato de serem recorrentes, indicam que existem uma série de coisas interessantes para aquilo acontecer, como as leis da física que o explicam. Acabam tendo um potencial grande de despertar o interesse", declarou o professor.

Estadão
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