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'Duende', o objeto descoberto nos confins do Sistema Solar que aponta para a existência do 'Planeta X'

Descoberta anunciada terça-feira, segundo cientistas, é mais uma evidência de que nosso Sistema Solar pode contar com um nono planeta.

3 out 2018 - 10h48
(atualizado às 10h54)
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'Duende', ou 'Goblin', é considerado um indicador da existência do hipotético 'Planeta X'
'Duende', ou 'Goblin', é considerado um indicador da existência do hipotético 'Planeta X'
Foto: Roberto Candanosa e Scott Sheppard/Carnegie / BBC News Brasil

Cientistas encontraram novas evidências de que o nono planeta do Sistema Solar, que há anos eles buscam identificar, pode de fato existir.

A órbita do planeta-anão "2015 TG387" ou o "Duende", cuja descoberta foi anunciada terça-feira pelo Centro de Planetas Pequenos da União Astronômica Internacional, pode ser a chave para se chegar ao chamado "Planeta 9" ou "Planeta X", que ficaria muito depois de Plutão (que, aliás, deixou de ser considerado um planeta em 2006 e foi reclassificado como planeta-anão).

O anúncio foi feito após três anos de pesquisa com a ajuda do telescópio japonês Subaru, localizado no Havaí, nos Estados Unidos.

E revela que a órbita do novo objeto, que está muito longe do Sol, sustenta a ideia da existência de um planeta ainda mais distante e maior, uma "superterra".

Planeta X, um gigante no radar

Os cientistas afirmam que o "Duende" seria um pequeno indicador da presença do hipotético "Planeta X", um gigante que eles acreditam existir nos confins do Sistema Solar.

Mas por que um objeto-anão funciona como sinalizador da existência de um corpo celeste imenso?

Objetos estariam para além de Plutão, que a União Astronômica Internacional deixou de considerar planeta em 2006
Objetos estariam para além de Plutão, que a União Astronômica Internacional deixou de considerar planeta em 2006
Foto: NASA / BBC News Brasil

O estudo que localizou o pequeno planeta de cerca de 300 km de diâmetro ficou a cargo do Instituto Carnegie para a Ciência, da Universidade do Norte do Arizona e da Universidade do Havaí.

O Duende - ou Goblin, em inglês - está 2,3 mil vezes mais distante do Sol do que a Terra e aproximadamente duas vezes e meia mais longe do que Plutão está do Sol.

Como resultado, o planeta-anão leva mais de 40 mil anos para dar uma volta ao redor do nosso astro.

E os cientistas estimam que sua lentidão pode se dever à "proximidade" de outro corpo muito maior que ele.

Influência

O Duende é um dos poucos objetos conhecidos que nunca chegam perto o suficiente dos planetas gigantes do Sistema Solar, como Netuno e Júpiter, para ter interações gravitacionais significativas com eles.

Sua longa órbita, como a de outros dois objetos parecidos descobertos em 2014, parece estar influenciada pela gravidade de um outro objeto, que pode ser 10 vezes maior que a Terra.

O Planeta 9 é descrito como uma 'superterra' que está para além da órbita de Plutão
O Planeta 9 é descrito como uma 'superterra' que está para além da órbita de Plutão
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Este objeto supermassivo seria o chamado "Planeta X" ou "Planeta 9".

Os cientistas descobriram o Duende, inclusive, enquanto estavam em busca desse planeta.

Objetos distantes

Segundo o Instituto Carnegie, a pesquisa que resultou na descoberta é "a maior e mais profunda já realizada em objetos distantes do Sistema Solar".

"Esses objetos distantes (como o Duende) são como as migalhas de pão que nos levam ao Planeta X", disse o chefe do estudo, Scott Sheppard, da Carnegie, em um comunicado.

"Quanto mais pudermos encontrar, melhor poderemos entender o Sistema Solar externo e o possível planeta que acreditamos estar moldando suas órbitas", acrescentou.

Sheppard afirma que "essas descobertas redefiniriam nosso conhecimento da evolução do Sistema Solar".

O astrônomo David Tholen, da Universidade do Havaí, complementa: "Achamos que poderia haver milhares de pequenos corpos como o TG387 2015 nas margens do Sistema Solar, mas a distância deles torna muito difícil encontrá-los".

Chad Trujillo, astrônomo da Universidade do Norte do Arizona e codescobridor dos planetas anões, acrescenta que a descoberta "não prova que há outro planeta massivo em nosso Sistema Solar, mas é mais uma evidência de que pode haver algo grande lá fora".

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