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Após negociações, G20 se aproxima de acordo sobre clima

Premiê italiano também cobra ações agora ou 'arriscamos falhar'

31 out 2021 - 07h35
(atualizado às 09h24)
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Após uma noite e uma madrugada inteira de negociações, os representantes dos líderes do G20 estariam mais próximos de fechar um entendimento sobre como as metas climáticas serão retratadas na declaração final do evento, que será publicada ainda neste domingo (31).

Draghi voltou a cobrar ação imediata sobre o clima
Draghi voltou a cobrar ação imediata sobre o clima
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Segundo fontes diplomáticas de diversos governos, por volta das 10h30 (hora local), os negociadores teriam conseguido destravar a pauta das conversas e agora o clima é mais otimista. "Estamos quase lá", disse um deles à ANSA.

Os dois principais nós seriam o compromisso de atingir a neutralidade do carbono em 2050, algo que China e Índia não querem se comprometer porque querem chegar à meta em 2060, e um aumento nos fundos destinados para os países de baixa e média renda para investimento em energia verde. Atualmente, esse valor está na casa dos 100 bilhões de euros.

Quem também pontuou o clima mais "favorável" foi o presidente da França, Emmanuel Macron, que ressaltou que "nas últimas horas, alguns Estados ameaçam a deserção".

"Mas, houve um trabalho diplomático de dois anos e a cooperação entre Europa, EUA e China foi absolutamente essencial. É o momento de fazer em Roma o máximo para que os membros do G20 contribuam de maneira útil também para a COP26 de Glasgow. Nunca nada foi escrito antes de uma COP", disse Macron ao "Journal de Demanche" lembrando da reunião mundial que começa neste domingo na Escócia.

Na abertura da sessão deste domingo sobre o "Papel do setor privado na luta às mudanças climáticas", o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, alertou que esse tema é "o desafio dos nossos tempos".

"Ou agimos agora e enfrentamos os custos da transição e fazemos ela se tornar mais sustentável ou adiamos e enfrentamos os custos de pagar um preço muito mais alto depois e fracassamos. A presidência italiana do G20 quer acelerar o crescimento econômico e torná-lo mais sustentável e precisamos fazer isso pelos cidadãos, pelo planeta e pelas futuras gerações", afirmou o italiano.

Em uma "indireta" aos países que estão travando as negociações, Draghi afirmou que um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) "mostra que precisamos fazer cortes imediatos, rápidos e consideráveis nas emissões para evitar consequências desastrosas".

"Alguns de nós se perguntam porque nós queremos baixar o objetivo dos 2°C [de aumento médio na temperatura do planeta] para 1,5°C. Para que isso? Porque é o que diz a ciência. Precisamos escutar as advertências vindas da comunidade científica global, enfrentar a crise climática nesta década e honrar o Acordo de Paris e a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030", pontuou ainda.

Quem reconheceu esse esforço do italiano de trazer o clima para o centro das discussões do G20 foi o príncipe Charles, que representava a rainha Elizabeth II no evento.

"Estou grato ao premiê Draghi por ter reconhecido a importância de certos temas e colocá-los no centro desse evento. Nós temos uma responsabilidade enorme na relação com as gerações que ainda não nasceram. Eu dediquei meus últimos 40 anos aos temas ambientais e, ultimamente, tenho notado uma mudança na postura geral", disse o primogênito da rainha. .

Ansa - Brasil   
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