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Células cancerígenas circulantes se espalham mais durante o sono, diz estudo

Pesquisa suíça feita com células cancerígenas circulantes, responsáveis pela metástase, pode impactar o diagnóstico e novos tratamentos

24 jun 2022 - 14h36
(atualizado às 16h38)
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Foto: None / Saúde em Dia

Uma pesquisa realizada por cientistas suíços mostrou que as células cancerígenas circulantes, responsáveis pela formação de metástases, se espalham mais durante o período do sono. Essa é a primeira pesquisa aprofundada da medicina sobre como os tumores liberam as células metastáticas. Até então, acreditava-se que isso ocorresse de forma constante, independentemente do dia ou da noite.

A descoberta realizada pelos pesquisadores pode impactar no diagnóstico do câncer e dar origem a tratamentos mais eficientes.  O principal autor do estudo, Nicola Aceto - professor de oncologia hospitalar do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich), do Hospital Universitário de Basel e da Universidade de Basel - resumiu a conclusão do trabalho de sua equipe: "Quando uma pessoa afetada pelo câncer está dormindo, o tumor desperta".

A pesquisa foi realizada com mulheres acometidas pelo câncer de mama, doença que afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas a cada ano. As pacientes não apresentavam metástase. Graças às observações,  os cientistas perceberam que, durante a noite, as células cancerígenas circulantes se dividem de forma mais rápida, com maior potencial de formar metástases em comparação com aquelas que partem do tumor de dia.

Descoberta acidental

De acordo com o jornal El País, a equipe de pesquisadores retirou duas amostras de sangue das 30 mulheres avaliadas. Uma coleta foi feita às 10h da manhã e outra às 4h da madrugada, horários escolhidos aleatoriamente. 

Após perceberem uma atividade mais agressiva das células no período noturno, os cientistas se depararam com uma descoberta acidental. "Alguns de meus colegas trabalham de manhã cedo ou tarde da noite; às vezes, analisam o sangue em horários incomuns", contou Aceto ao jornal espanhol.

O estudo também contou com teste em camundongos. Nos sangue dos roedores foi possível detectar um número surpreendentemente alto de células cancerígenas. O motivo para a descoberta é simples: trata-se de animais notívagos, que dormem durante boa parte do dia. Aceto afirmou que os profissionais devem começar a registrar o horário das biópsias de modo sistemático.

Saúde em Dia
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