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Descobrem fóssil de embrião de animal que acreditava-se que era ovíparo

14 fev 2017 - 14h56
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Uma equipe internacional de cientistas descobriu o fóssil de um embrião dentro de sua mãe pertencente a um grupo de animais do qual procedem crocodilos e aves, que até agora acreditava-se que apenas se reproduziam através de ovos, informou nesta terça-feira a revista científica britânica "Nature".

Trata-se de um fóssil de 250 milhões de anos encontrado na China, correspondente a um animal conhecido como dinocephalosaurus, pertencente ao grupo dos archosauromorpha - do qual procedem também os crocodilos e as aves - que habitou no sul desse país na metade do período triássico.

O líder da investigação, o professor Jun Liu da Universidade de Tecnologia da China, reconheceu que os pesquisadores se sentiram "muito emocionados" quando viram o embrião pela primeira vez e destacou a importância da descoberta.

"É o primeiro caso de um vivíparo em um grupo tão grande de animais que engloba aves, crocodilos, dinossauros e pterossauros" explicou.

"A informação de reprodução biológica dos archosauromorpha antes do período jurássico não existia até nosso descobrimento, apesar de ter 260 milhões de anos de história", acrescentou Liu.

Além disso, análises posteriores da evolução destas espécies mostraram que o fato de ser vivíparo ou ovíparo afeta a determinação genética do sexo do filhote.

Assim, o coautor do estudo, o professor Chris Organ da Universidade de Estadual de Montana, nos Estados Unidos, explicou que o sexo dos filhotes de alguns répteis, como dos crocodilos, é determinado pela "temperatura em que se encontra o ninho".

"Descobrimos, graças ao fóssil, que os filhotes dos dinocephalosaurus, antepassados diretos dos crocodilos, determinavam seu sexo geneticamente, como acontece com mamíferos e aves".

Os especialistas concluem que esta descoberta "volta a escrever" como entendíamos até agora a evolução dos sistemas reprodutivos.

O professor Mike Benton, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, que também participou da pesquisa, indicou que é "genial" dar um passo "tão importante" no estudo da evolução de um grande grupo de animais.

EFE   
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