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Churrasco no fim de semana? Não se quiser salvar o planeta

17 jul 2019 - 11h58
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Por Thin Lei Win

Pedaços de carne em preparação para churrasco em restaurante de Buenos Aires
18/10/2018
REUTERS/Marcos Brindicci
Pedaços de carne em preparação para churrasco em restaurante de Buenos Aires 18/10/2018 REUTERS/Marcos Brindicci
Foto: Reuters

ROMA (Thomson Reuters Foundation) - Carne assando na churrasqueira pode ser sinônimo de fim de semana, mas os consumidores deveriam repensar o cardápio para salvar o planeta, disse um grupo de pesquisa sediado nos Estados Unidos nesta quarta-feira.

Se os maiores fãs de carne reduzirem o consumo semanal a 1,5 porção até 2050, a medida pode diminuir as emissões de gases do efeito estufa e impedir que florestas se tornem terras de cultivo, disse o Instituto de Recursos Mundiais (WRI).

Atualmente, norte-americanos e europeus ingerem o dobro disso, e os brasileiros o triplo, disse Timothy Searchinger, principal autor do relatório do WRI e pesquisador da Universidade Princeton, à Thomson Reuters Foundation.

"Esta é solução mais promissora e mais realista", afirmou, acrescentando que seria mais difícil reduzir o consumo total global de carne bovina.

Os frequentadores de restaurantes dos EUA, Canadá, Europa, América Latina e de países da antiga União Soviética representam um quarto da população mundial, mas consumiram mais da metade da carne de bois, ovelhas e cabras do mundo em 2010, segundo o WRI.

A agricultura responde por 11% das emissões globais do efeito estufa, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), grande parte da qual vêm de gases emitidos pelo gado de corte durante a digestão.

A derrubada de árvores, que absorvem o dióxido de carbono, para a expansão das terras de cultivo também aumenta a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.

Projeta-se que a demanda global de alimento aumentará mais de 50% até 2050 devido ao crescimento da população e da renda, mas cumprir essa meta usando os sistemas de cultivo atuais teria resultados terríveis para os humanos e o planeta, disse o WRI.

Isso "implicaria derrubar a maioria das florestas remanescentes do mundo, o que aniquilaria milhares de espécies a mais", alertou o relatório.

A ação também liberaria emissões dos gases do efeito estufa que ultrapassariam a meta do Acordo de Paris de 2015 de manter a temperatura global média "bem acima" dos 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais para evitar uma mudança climática catastrófica.

Produzir uma tonelada de proteína de ovelhas, cabras ou vacas emite ao menos quatro vezes mais gases do efeito estufa do que de porcos e oito vezes mais do que de frangos, e os ruminantes também exigem muito mais terra para pastar ou para se plantar ração, segundo o WRI.

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